COP 2025 e acessibilidade digital: sua organização está preparada para um debate inclusivo?


Ilustração de um globo terrestre com seis pessoas em diferentes telas de vídeo distribuídas ao redor dele. Cada pessoa está conectada ao globo por feixes de luz, sugerindo conectividade global. As pessoas têm perfis diversos e fazem diferentes gestos e poses.

A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP 2025) será um dos eventos mais importantes para o futuro do planeta. Líderes, especialistas e organizações do mundo todo se reunirão a partir de 10 de novembro em Belém, no Pará, para debater soluções para a crise climática.

Mas será que todas as pessoas terão a mesma oportunidade de participar dessas discussões? A acessibilidade digital é um fator essencial para garantir que informações e debates sejam realmente inclusivos. Sem acessibilidade digital não existe democracia.

Se os canais digitais das organizações envolvidas não forem acessíveis, uma parcela significativa da população pode ser excluída, dificultando sua participação na COP 2025. Isso significa que pessoas que necessitem de acessibilidade (situacionais, temporárias ou permanentes) possam enfrentar barreiras para acessar sites, documentos e acompanhar as transmissões ao vivo via TV Globo, Instagram, YouTube e Facebook. 

Por que a acessibilidade digital importa na COP 2025?

A COP 2025 será acompanhada globalmente, e a troca de informações em tempo real é crucial. Sem um ambiente digital acessível, centenas de profissionais, equipes de pesquisa e ativistas podem ficar de fora do debate.

Além disso, tornar seus canais acessíveis não é apenas uma questão de inclusão, mas também de conformidade com diretrizes internacionais, como o WCAG (Web Content Accessibility Guidelines), com a Lei Brasileira de Inclusão e de responsabilidade social corporativa.

Vale frisar que esta obrigação não é apenas das instituições oficiais que lideram a COP, mas de todas as empresas, universidades, rede hoteleira, varejistas, imprensa entre tantas outras organizações envolvidas na organização, recepção, atendimento e cobertura jornalística do evento. 

Simone Freire, idealizadora do Movimento Web para Todos, lembra que é necessário que as organizações sejam coerentes com seu posicionamento. “Não adianta afirmar que atua de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e que adota práticas de governança ambiental, social e corporativa se não inclui todas as pessoas na conversa.”

Há diversas empresas – públicas e privadas -, além de organizações da sociedade civil que também estão envolvidas indiretamente no evento e colaborando de alguma forma com o debate. “Sabemos que várias delas vão montar uma estrutura de redação jornalística paralela às oficiais para analisar os conteúdos debatidos, filtrar informações e compartilhar com o público algo mais focado. A ideia é maravilhosa, mas, de novo, se não for acessível para todas as pessoas, ela falhará em sua essência, que é a democratização da informação”, explica Simone.

Como garantir que seus canais digitais estejam acessíveis?

Ainda há tempo para adaptar seus canais e garantir uma experiência mais inclusiva para todas as pessoas. 

Aqui estão algumas práticas essenciais:

1. Legendas, audiodescrições e transcrições

Não se esqueça de incluir estes recursos em todos os conteúdos audiovisuais, tanto nas transmissões ao vivo quanto nas gravadas. 

Materiais úteis:

2. Texto alternativo para imagens

Lembre-se de descrever todas as imagens que divulgar, garantindo que leitores de tela possam interpretá-las. Nas redes sociais, recomendamos inserir uma descrição bem resumida no campo de texto alternativo (ALT) e uma mais completa no final do post. Assim, pessoas com outros tipos de deficiência também poderão se beneficiar, como daltônicas, neurodiversas e com baixa visão que não utilizam leitores de tela.

Materiais úteis:

3. Navegação acessível

Certifique-se de que seu site possa ser navegado apenas pelo teclado, sem a necessidade de mouse. Assim, garante-se mais autonomia a pessoas sem os movimentos das mãos e que utilizam paleta de boca para navegar.

Materiais úteis:

4. Contraste adequado e fontes legíveis

Escolha cores e tipografias que facilitem a leitura para pessoas com baixa visão, dislexia, daltônicas, entre outras.

Materiais úteis:

5. Linguagem simples e direta

Evite jargões e estruturas complexas para garantir acessibilidade da informação a um público mais amplo.

Materiais úteis:

6. Compatibilidade com tecnologia assistiva

Teste se seu site e documentos são interpretados corretamente por softwares de acessibilidade. 

Materiais úteis:

7. Formulários acessíveis

Certifique-se de que todos os campos de formulários tenham descrições claras e possam ser preenchidos por qualquer pessoa.

Materiais úteis:

8. Teste com usuários e usuárias reais

Você pode (e deve) testar a acessibilidade de seus canais digitais usando ferramentas automáticas. Mas é fundamental incluir no processo uma fase de teste com pessoas que necessitam de acessibilidade e com especialistas no tema. Assim, você terá tanto a avaliação técnica profissional quanto de pessoas usuárias.

Materiais úteis:

9. Checklists

Use checklists confiáveis para verificar o nível de acessibilidade de seu site. Eles também são excelentes guias para direcionar seu trabalho de identificação e eliminação de barreiras digitais. Nossa recomendação é que use especialmente o checklist da norma ABNT NBR 17225, que é o documento mais atual no mercado.

Materiais úteis:

A COP 2025 é uma oportunidade para demonstrar um compromisso real com a inclusão e a sustentabilidade, e a acessibilidade digital precisa fazer parte desse compromisso. Comece agora a fazer essa checagem e adequações em seus canais digitais para que sua organização esteja preparada para um debate verdadeiramente global e inclusivo. A sociedade toda agradece!


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