Felizmente, o tema “acessibilidade digital” tem ganhado força e entrado na lista de prioridades de muitas organizações e profissionais de desenvolvimento. Não na rapidez que o Movimento Web para Todos gostaria, mas é bem perceptível a mudança de comportamento do mercado, especialmente depois da pandemia e de muitos trabalhos terem se tornado apenas virtuais.
Para ajudar quem trabalha com design, UX, UI, programação e produção de conteúdo digital, nossa rede de especialistas selecionou 15 checklists de acessibilidade essenciais na rotina desses perfis de profissionais.
Os materiais que não estão em Português podem ser traduzidos automaticamente nos navegadores Chrome e Edge. Alguns deles também trazem tópicos focados para o desenvolvimento de aplicativos móveis.
Os critérios para a escolha dessa lista foram:
- Seriedade e comprometimento da instituição com a acessibilidade digital.
- Conteúdo baseado na versão mais atual das WCAG (Web Content Accessibility Guidelines ou, em Português, Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo na Web) do W3C.
- Praticidade e relevância para o trabalho de desenvolvimento.
É sempre bom lembrar que esse tipo de recurso é realmente útil e válido para a criação e adaptação de canais digitais acessíveis dos mais variados tipos, mas não eliminam a participação de pessoas com deficiência no processo. Fazer testes com pessoas usuárias é essencial para observar a necessidade de adaptar alguns critérios de sucesso previstos nas WCAG sem comprometer a acessibilidade do sistema.
Outro lembrete importante: procure sempre fazer esses testes de usabilidade com profissionais com deficiência, mas que sejam especialistas em acessibilidade digital. Dessa forma, você terá a perspectiva de quem usa aquele canal e as recomendações de ajustes em conformidade com as WCAG e com a legislação vigente.
Checklists de acessibilidade digital
1) Accessibility Checklist – Washington Post
Trata-se de uma lista de verificação rápida e completa desenvolvida pelo Washington Post, um dos maiores jornais diários dos Estados Unidos. O checklist é baseado nas WCAG e também possui vídeos tutoriais (em inglês).
2) Accessibility Conformance Checklists
Checklist disponibilizado pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (HSS) para o público em geral e as agências oficiais internas avaliarem a acessibilidade de todos os meios de comunicação digital. Utiliza o WCAG como referência principal e a Seção 508 dos Estados Unidos, que exige que as agências federais americanas desenvolvam, adquiram, mantenham e usem a tecnologia da informação e comunicação acessível a pessoas com deficiência – independentemente de trabalharem ou não para o Governo Federal.
3) Checklist “10 aspectos críticos de acessibilidade funcional”
Lista portuguesa de instrução bem sucinta e direta dos 10 requisitos básicos para que um site seja acessível e funcional. Disponibilizam o arquivo em formato .xlx (planilha), também.
4) Checklist da Universidade de Melbourne
A Universidade de Melbourne, da Austrália, criou uma lista baseada nos critérios da WCAG divididos por disciplinas dentro de um time – como desenvolvimento, design e liderança. O conteúdo está disponível em PDF, em texto e em diagrama.
5) IBM Equal Access Toolkit
O site é um compilado de ferramentas e arquivos que, além de trazer informações sobre o que fazer, por que fazer e quais critérios estão sendo atendidos em todos os contextos da acessibilidade, também permite que a pessoa realize testes em tempo real. Extremamente completo e informativo.
6) IT Accessibility Checklist – Universidade de Washington
Este checklist foi desenvolvido pela equipe da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, baseado nas diretrizes do WCAG 2.1 do W3C. A princípio, foi criado para auxiliar a comunidade da universidade, incluindo profissionais de design, desenvolvimento, conteúdo e agentes de compras. A intenção da lista é apresentar informações de acessibilidade de uma forma fácil de entender.
7) La checklist du designer
Este checklist francês é composto por 23 requisitos básicos de acessibilidade relacionados a aspectos de design, apenas. A lista faz parte de um projeto de design acessível criado pela UX/UI designer francesa Anne-Sophie Tranchet.
8) MagentaA11y
MagentaA11y é uma ferramenta criada com o objetivo de simplificar o processo de teste de acessibilidade digital. Foi desenvolvida e é mantida pela organização norte-americana T-Mobile Accessibility Resource Center. Possui checklist para web e mobile, além de trazer códigos e exemplos de teste com leitor de tela.
Curiosidade: a sigla “A11Y” significa “Accessibility”, “Acessibilidade” em inglês. O número 11 representa a contagem de letras entre a letra “a” e a letra “y”. Por isso que é tão comum encontrar no mundo todo essa sigla em materiais que se referem à acessibilidade.
9) SAPO UX
Sapo UX é ferramenta interativa, com temas bem divididos, mas com um checklist um pouco mais curto que os demais. Traz também testes em usabilidade (para desktop e mobile), além de SEO. Por ser de uma empresa criada em Portugal, o idioma do site é o português – o que facilita bastante na hora dos testes.
10) The A11Y Project
“The A11Y Project” é uma ferramenta interativa e completa, com critérios da WCAG e links para a fonte de informação, além de organizar o conteúdo de acordo com as principais barreiras de acessibilidade.
11) The Book on Accessibility
O site “The Book on Accessibility” tem conteúdo de um livro com o mesmo nome escrito por Charlie Triplett, especialista em UX e UI acessível e criador da ferramenta MagentaA11y, citada no item 8 dessa matéria. Traz uma série de guias muito completas para a implementação da acessibilidade digital. O acesso a eles é pago, mas há alguns conteúdos relevantes disponíveis gratuitamente.
12) Vox Product Accessibility Guidelines
O projeto foi criado em 2016 por seis membros da equipe da Vox Media em Washington D.C., nos Estados Unidos, com o propósito de descobrir como abordar a acessibilidade em toda a empresa. O diferencial da lista é que, além de abordar todos os itens já conhecidos para equipes de design, desenvolvimento e conteúdo, também contempla informações relevantes para quem faz gestão de projetos.
13) Access Guide
O Access Guide é uma introdução à acessibilidade digital baseada nas WCAG 2.1. O guia é organizado em cartões com nomes clicáveis e ilustrações descritivas, e são marcados por seu nível de conformidade WCAG (A, AA, AAA), o tipo de deficiência que atendem (cognitiva, auditiva, física, visual) e o tipo de trabalho necessário (design, código, conteúdo etc.). Foi desenvolvido pelo design de produtos Alex Y Chen.
14) Web Accessibility Checklist
O Web Accessibility Checklist foi desenvolvido por Julián Salas, engenheiro de sistemas integrante do Internet Interdisciplinary Institute (Instituto Interdisciplinar da Internet), da Universidade Aberta da Catalunha, na Espanha. É intuitivo e traz links extras para você aprender mais sobre cada tema.
15) WebAIM
WebAIM é referência mundial em conteúdo sobre acessibilidade. Bem extenso, é dividido por critério da WCAG e muito útil para ver como esses critérios acontecem na prática. Possui links que levam direto ao site do W3C e vários tipos de checklist. O projeto é uma iniciativa sem fins lucrativos do Instituto de Pesquisa, Política e Prática de Deficiências da Universidade do Estado de Utah, nos Estados Unidos.
*Participaram dessa curadoria as seguintes pessoas especialistas em acessibilidade digital e integrantes da Liga Voluntária do Movimento Web para Todos: Diego Conceição, Gigi Villari, Íngrid Oliveira, Joanna Voloski, Juliana Gonçalves, Kaio Costa, Marcelo Penha, Marília Rodrigues e Natacsha Raposo.