Transcrição do episódio
VINHETA: Agora na rádio ONCB, o UX da Inclusão. Tudo sobre acessibilidade web com a equipe do Movimento Web para Todos. UX da Inclusão.
GIOVANA VILLARI: Oi, gente! Eu sou a Gigi Villari, gerente de projetos aqui da Espiral Interativa, a agência idealizadora do Movimento Web Para Todos. Tudo bem com vocês?
Hoje, a gente vai conversar um pouco sobre inclusão e linguagem não-sexista, conhecida também como linguagem neutra. Você deve estar se perguntando o que que uma coisa tem a ver com a outra, né? Deixa que eu te explico tudo.
Você já reparou que, em alguns textos, as pessoas adotam o uso de caracteres diferentes da letra “o” em palavras específicas? Por exemplo: ao invés de escrever “todos” da forma tradicional, T O D O S, a pessoa escreve T O D X S, T O D @ S ou até T O D E S.
Essa prática é uma tentativa de tornar a linguagem mais neutra, sem focar no substantivo masculino. Com o debate sobre a equidade de gênero e a luta feminista mais em pauta atualmente, essas adaptações se tornaram cada vez mais frequentes e são importantes.
Acontece que, nesse caso específico, a alteração desses caracteres impacta na compreensão de quem usa leitores de tela ou até de alguém que tenha deficiência intelectual ou cognitiva. Vou te explicar o porquê.
Quando escritas dessa forma, essas palavras se tornam impronunciáveis. Assim, o leitor de tela vai falar, por exemplo, “TOD ARROBA S”. Fica difícil entender o contexto só escutando, né?
Já pra quem tem deficiência intelectual ou cognitiva, encontrar um símbolo diferente no meio da palavra pode causar uma confusão enorme e, no fim, essa pessoa não vai conseguir entender a mensagem.
Assim, a gente acaba atendendo a busca pela equidade de gênero na linguagem, mas prejudica parte das pessoas com deficiência. E a gente sabe que se uma prática beneficia um grupo, mas exclui o outro, no fim, ela não é inclusiva.
O que que a gente pode fazer, então, pra que ela funcione pra todas as pessoas? São algumas dicas fáceis:
A primeira é evitar o artigo no plural, ou seja: ao invés de escrever “os estudantes daquela escola”, escreva “estudantes daquela escola”.
Outra dica é fazer o uso de coletivos neutros ao invés de usar o plural masculino. Por exemplo: usar “a juventude de hoje”, no lugar de “os jovens de hoje”, ou “docentes da faculdade”, no lugar de “os professores da faculdade”.
Quando não tiver jeito, a solução mais fácil é usar o plural em suas duas formas: feminina e masculina. Por exemplo: “bom dia a todos e todas” ou “vou conversar com os meus amigos e amigas”.
Viu como é fácil incluir todos e todas? Até a próxima!
VINHETA: Você ouviu UX da Inclusão. Tudo sobre acessibilidade web com a equipe do Movimento Web para Todos. UX da Inclusão. Rádio ONCB.