WordPress não garante acessibilidade de seu site


Foto de mulher de perfil sentada em frente a uma mesa com computador, celulares, vasos e um caderno. Ela segura uma caneta e olha para baixo. Na tela de seu computador está projetado um tema do WordPress.
Construir um site acessível requer conhecimento das diretrizes descritas na WCAG, o uso de ferramentas de apoio e muita empatia. Foto: Unsplah

Muita gente acha que basta selecionar um tema acessível disponível no WordPress para seu site estar apto para a navegação e compreensão de todas as pessoas com e sem deficiência. A verdade é que não é bem assim…

O WordPress é o sistema de gerenciamento de conteúdo (CMS na sigla em inglês) mais popular que existe. Mais de 40% de todos os sites do mundo são construídos nessa plataforma, de acordo com a Pesquisa de Tecnologia da Web da W3Techs. Estamos falando em algo em torno de 75 milhões de sites. 

O publicador incorpora recursos que prezam pela acessibilidade, incluindo plug-ins e temas nativamente acessíveis, e isso, de fato, facilita a criação de páginas mais inclusivas. No entanto, esse cenário pode dar a falsa sensação para quem desenvolve de que, ao recorrer a esses plug-ins, a página estará pronta para ser acessada por pessoas com deficiência, entre outros públicos que precisam de acessibildidade.  

Na prática, a responsabilidade dessa entrega está nas mãos dos times de programação, design e produção de conteúdo. Construir um site acessível vai muito além de escolher um “tema acessível” – é preciso conhecimento das diretrizes descritas no WCAG, que já está na versão 2.1, o uso de ferramentas de apoio e muita empatia.

É importante que você conheça alguns conceitos-chave mesmo que conte com a ajuda de profissionais especialistas em acessibilidade para criar seu site. Listamos alguns deles abaixo, nesta reportagem.

Escolha um tema acessível

vários modelos bacanas disponíveis, mas lembre-se que esse é apenas o primeiro passo. Todo conteúdo que você acrescentará também precisa seguir as regras de acessibilidade. O WordPress não vai incluir automaticamente para você a descrição da imagem, nem ajustar o contraste de cores, muito menos inserir legenda nos vídeos e janela de Libras. Isso só para citar alguns exemplos.

Capriche no contraste de cores, no tipo e tamanho das fontes

Faça testes de cor versus fundo de página enquanto você estiver definindo a paleta de cores que vai utilizar em seu site. Isso já vai poupar retrabalho e horas de criatividade. Há várias ferramentas disponíveis na web que você pode usar, como a Color Contrast Analyzer.

Esse cuidado é especialmente importante para pessoas com baixa visão e com algum tipo de daltonismo, que são aquelas que não enxergam certos tipos de cores. Algumas combinações, como fundo preto e texto em vermelho ou fundo verde e texto azul, podem ser invisíveis para quem não enxerga uma dessas cores. 

O tamanho da fonte também tem relação direta com a cor do texto. Textos pequenos em cinza, por exemplo, podem ser difíceis de serem lidos. Essas ferramentas que medem contraste também vão ajudar você a definir essa combinação.

Nossa recomendação é que o tamanho da fonte seja de 14 pixels no mínimo. Use as que não têm serifa, como as populares Verdana, Helvetica, Arial e Tahoma. Elas são fáceis de serem lidas e dimensionadas.

Cuide bem da estrutura de seu site

A estrutura de seu site deve ser consistente em relação ao cabeçalho, títulos, subtítulos, tags, rodapé, entre outros elementos estruturais que ajudam as pessoas a navegarem pelas páginas e a compreenderem o conteúdo. Além de otimizar o conteúdo, contribui para posicionar melhor o seu site nas buscas orgânicas, como o Google.

Lembre-se que os títulos são os elementos estruturais mais importantes e se forem utilizados incorretamente podem causar grandes problemas de navegação, especialmente para pessoas que utilizam softwares de leitura de telas. O editor do WordPress possui controles integrados para ajudar você a incluir títulos e subtítulos.


Torne seu conteúdo acessível

O WordPress disponibiliza todos os campos de maneira bem simples para você adicionar texto alternativo, legendas e descrições na biblioteca de mídia. Preencha todos eles quando adicionar um vídeo ou imagem em seu site. De novo, isso é útil tanto para pessoas com deficiência visual quanto para os mecanismos de busca.

Capriche nessa descrição para que internautas consigam compreender bem o conteúdo de seu site. E não caia na tentação de repetir o mesmo texto na legenda e no texto alternativo. Um deve sempre complementar o outro. Fizemos uma campanha no ano passado para ensinar a descrever imagens e reunimos todas as dicas nesta página para facilitar seu aprendizado.

Os parágrafos devem estar sempre alinhados à esquerda. Use palavras simples e conhecidas, frases curtas e na ordem direta. Evite o uso de figuras de linguagem, abreviações, jargões e estrangeirismos. Essas orientações tornam a leitura muito mais confortável para todas as pessoas, inclusive aquelas que têm dislexia, autismo e deficiências cognitivas.

Inclua tradutor de Libras em seu site

O segundo idioma oficial do Brasil é Libras (Língua Brasileira de Sinais). Há mais de 10 milhões de pessoas surdas no país e a maioria delas se comunica prioritariamente em Libras. 

Assim, seu conteúdo também precisa estar acessível a elas. Em vídeos, você deve embutir janela de Libras com intérprete profissional, além da legenda. Para ler o conteúdo do site, inclua um plug-in de tradução automática do português para Libras, como o VLibras ou Hand Talk.

Crie o hábito de testar seu site

Ferramentas automáticas ajudam você a ter uma boa noção de como está o nível de acessibilidade de seu site. Elas geralmente dão uma nota de zero a dez e apontam os principais erros encontrados. Você pode usar gratuitamente o validador automático do governo federal chamado Ases Web.

Mas é importante frisar que qualquer ferramenta como essa verifica apenas alguns critérios, pois vários só são possíveis de serem feitos manualmente. Assim, para continuar seus testes, você pode fazer a navegação apenas por teclado usando a tecla “tab”. Um site acessível permite que você navegue por todos os links de forma organizada e com destaque visual.

Outra opção de teste é navegar usando um software de leitura de telas, assim conseguirá saber como é a experiência de uma pessoa cega em seu site. Se você ainda não tem familiaridade com esse recurso, vale a pena conhecer o tutorial que o Diniz Cândido, um dos embaixadores do Movimento Web para Todos, preparou e que está disponível em nosso site.
Para aprender ainda mais sobre como criar e manter sites acessíveis, acesse as orientações dadas pelos nossos especialistas aqui no nosso site. E se você quiser ajuda profissional para desenvolver seu site, envie um email para contato@mwpt.com.br e conte com a nossa equipe!

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