5 maneiras de praticar acessibilidade digital sendo profissional de Recursos Humanos


Foto de um rapaz em frente a um computador numa sala de reuniões. Ele segura o currículo de uma mulher que está projetada na tela da videoconferência.

A área de Recursos Humanos tem um papel fundamental na construção de ambientes inclusivos. Muitas vezes, a equipe dedica atenção a políticas e treinamentos, mas deixa de lado um ponto igualmente decisivo: a comunicação digital acessível.

Garantir que todo o ciclo de experiência da pessoa colaboradora seja inclusivo, do processo seletivo à jornada dentro da empresa, é o que transforma boas intenções em práticas concretas.

Imagine, por exemplo, uma pessoa que usa um leitor de tela tentando se inscrever para uma vaga. Pequenas falhas podem gerar frustração e até impedir que ela complete a candidatura. Ou, pior, que nem tenha acesso à vaga!

É justamente para evitar esses obstáculos que reunimos cinco práticas que você pode aplicar hoje mesmo. Todas estão alinhadas à ABNT NBR 17225, que segue as diretrizes internacionais da WCAG (Web Content Accessibility Guidelines), a principal referência global em acessibilidade digital.

1. Crie processos seletivos acessíveis

O primeiro contato da pessoa candidata com a empresa pode ser determinante para sua percepção sobre inclusão. Por isso, é fundamental que as descrições de vagas sejam claras, objetivas e inclusivas, evitando termos excludentes como “boa aparência” ou “nativo digital” e priorizando competências e habilidades reais.

Além disso, as plataformas de recrutamento e os formulários devem estar acessíveis, ou seja, ser compatíveis com leitores de tela, ter boa navegação por teclado, contraste adequado entre texto e fundo, entre outros requisitos descritos na NBR 17225.

Pequenas medidas, como disponibilizar o texto completo da vaga em HTML acessível ou oferecer versões em diferentes formatos, já ajudam a eliminar barreiras e tornar a experiência mais justa para todas as pessoas.

2. Torne o processo de integração mais inclusivo

O processo de integração é o momento em que a pessoa colaboradora forma sua primeira impressão sobre a empresa. Um manual de boas-vindas disponível em PDF acessível, Word/HTML ou até em áudio permite que todas compreendam informações essenciais sem dificuldades.

Vídeos institucionais e apresentações também devem considerar acessibilidade: legendas, interpretação em Libras e audiodescrição transformam conteúdos visuais em experiências completas. Por exemplo, uma apresentação sobre valores da empresa ganha muito mais impacto quando todos podem acompanhar e absorver a mensagem de forma igualitária.

3. Adapte treinamentos e comunicados

Cada pessoa aprende de maneira diferente e a acessibilidade é essencial para que ninguém fique de fora de treinamentos ou informações importantes. Cursos online e presenciais devem incluir legendas, intérprete de Libras. Se houver material impresso, ele também deve seguir as diretrizes de acessibilidade relacionadas ao design (organização das informações no papel, contraste, tipologia) e de conteúdo (frases curtas, linguagem simples, acessível e inclusiva).

Comunicados internos também precisam ser acessíveis. Evite enviar apenas imagens. Prefira arquivos editáveis, com textos claros e estruturas simples, pois a experiência de navegação pode ser mais confortável a quem utiliza leitores de tela. Pequenas adaptações assim fazem com que ninguém se sinta excluído e reforçam uma cultura de valorização da diversidade.

4. Torne os canais de atendimento mais acessíveis

Os canais de comunicação do RH, como chatbots, FAQs, portais internos ou atendimento humano, devem ser projetados para atender de forma inclusiva. Isso inclui compatibilidade com tecnologias assistivas, navegação intuitiva e uso de linguagem simples e clara.

Antes de lançar novos portais ou sistemas, realize testes com pessoas usuárias de tecnologias assistivas para identificar possíveis barreiras. Além disso, capacitar a equipe de RH para responder de forma inclusiva, empática e informativa é essencial, garantindo que todas as dúvidas e demandas sejam atendidas sem distinção.

5. Promova uma cultura corporativa inclusiva

Acessibilidade digital é um compromisso contínuo e não uma ação pontual. Criar canais de feedback permite que colaboradores e colaboradoras sugiram melhorias em materiais, sistemas e processos, tornando a inclusão uma prática constante na empresa.

Considere formar um comitê interno de acessibilidade, reunindo pessoas de diferentes áreas para revisar processos digitais e propor melhorias. Essa prática não só fortalece a cultura inclusiva, mas também transforma o RH em um agente estratégico, capaz de impactar positivamente toda a organização.

Por que isso importa?

Acessibilidade digital é respeito, inclusão e inovação. Cada prática acessível demonstra que a empresa valoriza todas as pessoas desde o momento em que se candidatam até o desenvolvimento da carreira.

Quando o RH lidera esse movimento, não apenas cumpre seu papel estratégico, mas também inspira uma cultura de diversidade que fortalece a experiência individual e os resultados coletivos.


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