“É essencial que a acessibilidade digital tenha relevância institucional”, diz Eric Klug


Captura de tela da transmissão da live exibe os rostos dos seis convidados, separados em pequenos retângulos dispostos lado a lado. Da esquerda para a direita: Simone Freire, Roberto Cardoso, João Bezerra Leite, Eric Klug, Aline Morais, Rodrigo Hubner Mendes.
Especialistas participam do quarto meet up virtual do Movimento Web para Todos. Imagem: Reprodução YouTube Movimento Web para Todos.

O que não pode faltar na hora de construir ambientes digitais mais inclusivos? Será que esse tema está na lista de prioridades das empresas, museus, organizações? Na quinta-feira (30/04), realizamos o quarto meet up virtual do WPT para conversar sobre isso com convidados muito especiais. 

Contamos com a participação de: Simone Freire, idealizadora do Web para Todos; Rodrigo Mendes, fundador do Instituto Rodrigo Mendes; Eric Klug, presidente da Japan House São Paulo; Aline Morais, sócia-diretora da Santa Causa. O encontro online contou com tradução para Libras em tempo real pelo intérprete Roberto Cardoso. 

A mediação do bate-papo foi feita pelo embaixador do Movimento Web para Todos, João Bezerra leite, um ativista apaixonado pela causa da acessibilidade digital com experiência de mais de 30 anos no segmento financeiro. 

ALGUNS DESTAQUES DO BATE-PAPO  

Abaixo, confira trechos do bate-papo com alguns destaques do encontro. 

– Flexibilização das atividades nas escolas e incluir acessibilidade digital nas plataformas 
“Os professores estão super atentos em relação ao que os alunos precisam. Elaboram roteiros e flexibilizam atividades, com mais de uma opção de trabalhar os conteúdos, o que é fundamental para alunos com deficiência. E, dentro dos nossos projetos, temos como regras básicas: uma navegação possível pelo teclado, imagens com descrição e a própria estrutura de navegação precisa ser mais simples e intuitiva, a mensagem direta e de fácil interpretação para qualquer usuário, entre outros pontos importantes para a acessibilidade digital”, disse Rodrigo Mendes. 

– Dicas essenciais para organizações avançarem na agenda para fazer ambientes digitais inclusivos 
“Primeiro, é essencial que a acessibilidade digital tenha relevância institucional. Ser um equipamento (organização) para todos precisa ser uma decisão institucional. É preciso considerar a diversidade, fazer parte da essência da organização para que ela tenha continuidade nas ações em todos os ambientes. O segundo ponto é entender que a acessibilidade digital é um processo – não acontece necessariamente de um dia para o outro. A terceira dica é olhar para esse processo menos como uma obrigação, e mais como algo que vai ampliar seu público, seguindo a linha: ‘Como é bom ter um equipamento que atende todo mundo’”, contou Eric Klug. 

– É possível eliminar a ideia de que a acessibilidade é um investimento 
“Quando falamos de ambientes digitais inclusivos, a primeira coisa que os líderes pensam é no custo. Dizer que isso é um processo mostra que é um investimento e não precisa ser feito todo de uma vez. É aqui que trazemos o conceito de adaptação razoável, que é um conceito que está na Lei Brasileira de Inclusão (LBI). Se as coisas forem planejadas e feitas dentro de um processo, a acessibilidade deixa de ser um problema. É preciso envolver as pessoas de forma que elas se sintam engajadas e não obrigadas a fazer. Acredito no modelo de ação afirmativa nesse sentido”, explicou Aline Morais.

– Importância de construir ambientes digitais inclusivos desde o início do projeto 
“O grande papel do movimento é de conscientizar as empresas. Temos esse pilar de mobilização muito forte. Já visitamos mais de 250 empresas. E é a visita consultiva de falar, mostrar caminhos, e até um bate-papo com um ou com vários líderes para que a transformação aconteça. A barreira do orçamento é mencionada diversas vezes para fazer EAD, apps, sites, etc, mas se esses ambientes forem construídos de forma acessível desde o início, já na estrutura, você não vai ter custo adicional com isso. Ainda há falta de informação e negligência também. Estamos trabalhando para mudar esse cenário”, afirmou Simone Freire. 

Assista ao vídeo completo do encontro no nosso canal no YouTube: 

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