Descomplicando os validadores automáticos de acessibilidade digital


Arte com fundo roxo e o texto em branco destacado: "Descomplicando: validadores de acessibilidade digital”. Ao centro, há um losango azul com um sinal de verificado dentro dele e, no rodapé, os logos do Web para Todos e do Google.

Os avaliadores ou validadores automáticos de acessibilidade são aliados importantes para  colocar a acessibilidade digital em prática no seu dia a dia. 

Eles são ferramentas automáticas que fazem uma pesquisa no código de uma página e emitem relatórios que indicam as barreiras de acessibilidade para que você possa corrigi-las. 

Antes de escolher a ferramenta que você vai utilizar, é importante conferir em quais diretrizes de acessibilidade digital o validador tem como referência, pois há alguns mais completos e atualizados e outros nem tanto. Nossa recomendação é que esteja baseado nos princípios do W3C contidos na versão 2.1 das WCAGs (Diretrizes para a Acessibilidade dos Conteúdos da Web). 

Os validadores automáticos são muito úteis não só para quem desenvolve sites ou aplicativos, mas também para qualquer pessoa que contrata o serviço e que precisa de autonomia para checar se está minimamente acessível ou não. 

Então, vamos descomplicar esse tema dos validadores automáticos? Nesta matéria, você aprende sobre testes de acessibilidade, com destaque para os automáticos e gratuitos do Google. 

Tipos de testes de acessibilidade

Os testes de acessibilidade (no lugar de “testes” também podemos chamar de “avaliações” ou “validações”) em websites e aplicativos podem ser divididos em três grupos principais: 

a) Automatizados

b) Manuais 

c) Híbridos (incluem testes automatizados e manuais)

A escolha que recomendamos é que você siga a metodologia híbrida que envolve tanto os testes automatizados quanto os manuais. Isso porque a validação automática não substitui a validação manual e checa uma pequena parte dos requisitos de acessibilidade digital. Geralmente os métodos automáticos são rápidos, ajudam a encontrar erros e esquecimentos mostrando como corrigir os itens listados. 

Utilizamos as análises manuais como complemento da validação automática. Elas podem ser realizadas por pessoas usuárias reais, especialmente aquelas com e sem deficiência, envolvendo diferentes tipos de tecnologia e especialistas na área de acessibilidade na web.

A avaliação de um ser humano ajuda a garantir diversos aspectos, como código semântico,  boa utilização dos textos alternativos, clareza da linguagem, alternativas para conteúdo multimídia, entre outros. 

Conheça alguns tipos de testes manuais 

Destacamos a importância da pessoa usuária real para a validação de acessibilidade. Isso porque é ela que pode dizer se uma página está acessível, compreensível e com boa usabilidade. 

Segundo texto do Centro Tecnológico de Acessibilidade do Instituto Federal do Rio Grande do Sul, é necessário que a avaliação seja realizada por desenvolvedores e desenvolvedoras Web em conjunto com pessoas com diferentes tipos de deficiência e utilizando diferentes tipos de tecnologia. Quanto maior e mais diversificado este grupo, mais eficaz e robusto será o resultado.

Acesse o artigo “Conformidade com validadores automáticos em uma página com barreiras de acesso” do Reinaldo Ferraz, especialista em Desenvolvimento Web do W3C Chapter São Paulo e do Ceweb.br|NIC.br. Ele mostra como a intervenção humana continua importante na verificação de acessibilidade.

a) Listas de verificação (checklists) 

A recomendação neste caso é seguir listas de verificação de acessibilidade. Existem várias delas na web com recomendações de como fazer o teste manual. 

É muito importante que a empresa, profissionais de desenvolvimento ou a pessoa que estiver com essa atividade tenha consistência no seu teste. Isso vai possibilitar que exista uma melhoria contínua na acessibilidade. Uma vez que você realiza testes de maneira consistente, há possibilidade de avaliar o que dá para ser feito de melhor ou não ao longo do tempo.

Conheça o Checklist de Acessibilidade Manual para o Desenvolvedor em PDF do Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico (e-MAG).

b) Testes manuais com restrições 

Nesse caso, o foco é simular condições reais de utilização do aplicativo ou do website. Por exemplo: a pessoa que irá realizar o teste vai navegar em um website somente com teclado sem usar o mouse e ver se essa ação é realizada com ou sem barreiras. 

Um dos caminhos é conferir se está simples e intuitivo de usar, se o esforço para realizar uma ação é o mesmo ou próximo a de uma pessoa que tem algum desafio para navegar na web. 

c) Teste manual com tecnologia assistiva 

Faça testes manualmente com leitor de telas, interruptores, lupas digitais, entre outros.

Quando você faz testes com leitores de tela, por exemplo, é possível verificar se uma pessoa que não enxerga consegue navegar pela página sem uma determinada barreira de acesso.

Conheça alguns tipos de testes automatizados  

  • Ferramentas de varredura automatizadas (“scanners”) 

Essas ferramentas vão interpretar ou avaliar o website ou os aplicativos e verificar quais problemas surgem a partir de princípios de acessibilidade. Exemplo: vai checar se os controles estão corretamente configurados, como cores, contraste, entre outros.  

  • Verificadores de contraste 

A combinação das cores de um produto digital é muito importante para transmitir a identidade da marca e melhorar a experiência da pessoa que acessa o material. Para que isso aconteça, é necessário seguir algumas recomendações para garantir a acessibilidade digital.

O alto contraste de cor facilita a leitura e a compreensão de textos e imagens. Existem diversos verificadores de contraste que nos ajudam a seguir as recomendações. Um deles é o Color Contrast Analyzer (ou em português “analisador de contraste de cor”), que é uma ferramenta online gratuita desenvolvida pela Deque University, empresa americana que desenvolve soluções de acessibilidade digital.

  • Ferramentas para profissionais de desenvolvimento  

Os detalhes dessas ferramentas você vai conhecer a seguir.

Fique por dentro das ferramentas de validação automática   

Ferramentas do Google Chrome para profissionais de desenvolvimento  

Elas já fazem parte do navegador  e permitem analisar rapidamente o conteúdo/recursos de uma página da web. Existe a possibilidade de inspecionar os elementos da página e a maneira que eles foram implementados. 

Você pode, por exemplo, verificar se as imagens estão com descrições, se as cores estão corretas para analisar o contraste, etc.

DICA: quando utilizar essa opção, abra com a janela anônima, sem logar na sua conta do Google. Essa é uma recomendação importante porque alguns plugins usados no navegador podem interferir no código original da página que você está avaliando e alterar o resultado do teste.

Como acessar as ferramentas para profissionais de desenvolvimento  

1 – Clique com o botão direito do mouse em uma área da página e selecione  a opção “Inspecionar elemento”. O código HTML do elemento clicado será exibido.

2 – Selecione Visualização > Desenvolvedor > Ferramentas para desenvolvedores ou Acesse Visualizar > Ferramentas para Desenvolvedores > Janela de desenvolvedores (no MAC) 

3 – Use o atalho “Alt + Command + I”.

Ferramenta Google Lighthouse 

O Lighthouse é uma ferramenta automatizada de código aberto que permite testar e compartilhar recomendações para melhorias de um site ou aplicativo como  desempenho,  SEO, segurança, práticas recomendadas e a acessibilidade. 

A ferramenta executa diversos testes em tempo real e gera um relatório completo que envolve uma série de aspectos técnicos. É possível aprimorar ainda mais a sua aplicação com base nessas informações. 

Confira a nossa matéria com o passo a passo para usar o Google Lighthouse

Scanner de acessibilidade no Android 

Quer projetar e desenvolver um aplicativo no Android e evoluir com a acessibilidade na sua aplicação? O Scanner de acessibilidade, disponível na Google Play Store, pode te ajudar.

Essa ferramenta gratuita verifica sua tela e fornece sugestões para melhorar a acessibilidade do seu aplicativo com base nos seguintes itens:

  • Classificações de conteúdo
  • Tamanho da área de toque
  • Itens clicáveis
  • Contraste do texto e da imagem

Basta abrir o app que você quer verificar e tocar no botão Scanner de acessibilidade para encontrar itens que podem receber melhorias nesse sentido. Você pode usar o app para sugerir mudanças ou fazer essas alterações por conta própria.

IMPORTANTE: o Scanner de acessibilidade não substitui o teste manual e não garante a acessibilidade do app.

Saiba o passo a passo para utilizar o Scanner de acessibilidade na página de ajuda do Google.  

*Este conteúdo faz parte do conhecimento criado para o evento do Movimento Web para Todos em parceria com o Google, que aconteceu em outubro de 2021. Elza Maria Albuquerque foi responsável pela produção dessa versão resumida em texto.

ASSISTA AO PAINEL “DESCOMPLICANDO OS VALIDADORES AUTOMÁTICOS DE ACESSIBILIDADE DIGITAL” NA ÍNTEGRA:

Confira as demonstrações das ferramentas que apresentamos nesta matéria no vídeo abaixo com Henri Fontana, Gerente Técnico de Programas de Acessibilidade do Google. 


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