Como descomplicar sua comunicação digital e ainda torná-la mais acessível


Arte com fundo roxo e o texto em branco destacado: Descomplicando: comunicação digital". Há a ilustração de mãos segurando um celular e, no rodapé, os logos do Web para Todos e do Google.

Ao se comunicar com o seu público é importante observar se a sua mensagem é acessível e se inclui todas as pessoas, independentemente se tenham ou não algum tipo de deficiência. Isso vale para qualquer meio digital: site, blog, posts em redes sociais, press releases, documentos em PDF, e-mails, entre vários outros.

Assim, você vai conseguir ampliar o alcance do seu conteúdo e impactar um público ainda maior, além de proporcionar uma melhor experiência para for consumi-lo.

Pensando nisso, separamos dicas essenciais para garantir a acessibilidade da sua comunicação digital. Confira!

1. Crie materiais descomplicados

  • Use sempre uma linguagem que seja inclusiva, neutra e acessível. Ela também deve ser simples e objetiva, sem termos difíceis ou jargões, com textos e frases curtas, na ordem direta (sujeito + verbo + complemento).
  • Evite usar muitas imagens ou muito texto em uma apresentação.
  • Use o texto para reforçar as principais informações da sua peça.
  • Organize os pontos principais em tópicos, isso ajuda no entendimento.
  • Faça formulários acessíveis, garantindo que o texto que vem ao lado de cada campo, conhecido como rótulo, esteja correto com o que aquele espaço pede. Se ele for muito grande, utilize elementos, como subtítulos, para agrupar o conteúdo.

2. Faça a descrição de imagens, gráficos e mapas

  • Todo o material visual presente na sua comunicação deve conter descrição. Assim, quem utiliza o leitor de tela também consegue consumir aquele conteúdo.
  • Essa informação pode ser incluída em sites e em diferentes documentos no campo texto alternativo, ou ALT, em inglês. É possível preencher esse campo tanto nas ferramentas do pacote Office, da Microsoft, quanto nas do Google (Documentos, Planilhas e Apresentações).
  • Uma dica para fazer a descrição de uma imagem é usar a fórmula simplificada: Formato + Sujeito + Paisagem + Ação.
  • Não dependa apenas das cores para passar uma informação em gráficos ou mapas. Isso pode ser uma barreira para pessoas daltônicas ou com baixa visão. Aqui, a dica é incluir formas, símbolos, padrões e texturas diferentes, além de usar o máximo possível de recursos como título, sumário e legendas detalhadas.
  • Teste se seu documento ficou mesmo com as imagens acessíveis usando um leitor de telas para navegar por ele. Sempre que chegar em uma imagem, ele deve dizer o que foi cadastrado nesse campo. 

O que escrever na descrição da imagem?

A resposta parece simples e é: exatamente o que aparece na imagem! Mas é interessante entender direitinho o que isso quer dizer, até porque é muito comum cometermos alguns dos erros listados a seguir ao começar a fazer as descrições:

  • Julgamento de valor

[Errado] Foto de um bonito prato com desenhos natalinos sobre a mesa posta.

[Correto] Foto de um prato com desenhos natalinos sobre a mesa posta.

  • Interpretação da informação 

[Errado] Foto de uma professora explicando a lição ao aluno. Eles estão em uma sala de aula e, ao fundo, há uma lousa verde com contas matemáticas escritas em giz branco.

[Correto] Foto de uma professora em pé, ao lado de um aluno e com seu dedo indicador direito sobre seu caderno. Eles estão em uma sala de aula e, ao fundo, há uma lousa verde com contas matemáticas escritas em giz branco.

  • Informações que não estão na imagem

[Errado] Foto de um frasco de vidro incolor com boca larga usado na medicina oriental para o tratamento de doenças”.

[Correto] Foto de um frasco de vidro incolor com boca larga.

Então, é importante descrever apenas o que está na imagem, sem juízo de valor, supor informações ou explicar algo que ela não mostra. Neste link há várias outras dicas sobre descrição de imagens em canais digitais para você se aprofundar mais no tema.

Precisa incluir mais informações para situar quem está consumindo aquele conteúdo? Use o recurso de legenda que vai deixar o texto à mostra a todas as pessoas e também será lido pelo leitor de telas.  

3. Inclua legendas em seus vídeos

  • As legendas dos vídeos são um recurso importante para pessoas com deficiência auditiva que compreendem a língua oral de um país (no caso do Brasil, a língua portuguesa). Além disso, auxilia quem está assistindo aquele conteúdo sem som em um espaço público, por exemplo, ou quem está aprendendo aquele idioma (uma pessoa estrangeira ou em processo de alfabetização).
  • Existem diversos aplicativos que podem ajudar nesse processo, inclusive o próprio YouTube.
  • Se o serviço que você está usando tem esse recurso automático, como o YouTube, garanta a qualidade desse material checando se ele está sincronizado com a imagem e se a gramática está correta. Isso não é preciosismo, é acessibilidade!
  • Inteligência humana é mais do que bem-vinda em vídeos ao vivo mesmo que o aplicativo ou programa que você esteja usando tenha como funcionalidade a transcrição automática. Contratar um serviço de estenotipia, por exemplo, garante a qualidade da legenda, pois ela é feita em tempo real por profissionais da área.

4. Garanta o contraste entre a cor do texto e as cores de fundo e use fontes em tamanho grande em seu site, documentos e artes

  • O contraste de cores é um dos critérios da acessibilidade digital. Ele atende especialmente pessoas com baixa visão e daltonismo, mas garante uma melhor experiência também a quem enxerga. 
  • Há diversas ferramentas para verificar se as cores que você escolheu são contrastantes. Nós indicamos a Color Contrast Analyzer e a Color Contrast Checker, ambas em inglês, mas com funcionamento bem intuitivo.

*Este conteúdo faz parte do conhecimento criado para o evento do Movimento Web para Todos em parceria com o Google, que aconteceu em outubro de 2021.

Assista ao encontro “Descomplicando a comunicação digital” na íntegra:


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