“Acessibilidade para pessoas neurodiversas é um mundo a ser descoberto”, diz Jéssica Camarço


Foto da Jéssica Camarço em primeiro plano. Ela é uma jovem mulher de pele branca, cabelos castanhos escuros, lisos e compridos. Ela sorri com os lábios bem abertos, está com os olhos fechados e sua mão direita, no topo da cabeça, segura seus cabelos para trás. Ela veste veste camisa amarela com estampa floral. Está em um ambiente fechado com parede branca.
Jéssica Camarço ajuda a eliminar barreiras de acessibilidade na web para pessoas neurodiversas. Foto: arquivo pessoal

Você sabia que uma simples publicidade em um site qualquer produzido sem seguir as diretrizes de acessibilidade digital pode causar danos à saúde de muitas pessoas neurodiversas?

Jéssica Camarço, UX designer no Itaú, fala sobre isso e outros aspectos nesta breve entrevista que deu recentemente ao time do Movimento Web para Todos. 

Ela diz que quando pessoas com autismo, como ela, estão em momentos mais sensíveis, uma janela que salta na tela do computador de forma inesperada, como um anúncio comercial, pode fazê-la chorar e até provocar convulsões em certos casos.

“Isso é uma coisa séria. Não é algo que você resolve rápido, pois precisa de atendimento médico, remédio e de um monte de coisas. É algo bem maior do que se imagina”, conta.

Jéssica comenta também sobre as barreiras de acessibilidade que encontra no conteúdo de determinados sites. Termos e expressões muito abstratas ou frases longas podem dificultar a compreensão de pessoas com características parecidas com as dela. “Eu acho que quem cuida do site podia ter um pouquinho mais de cuidado porque, às vezes, eu nem sei o que estão falando”, comenta.

Tanto a Jéssica quanto o Movimento Web para Todos reforçam que acessibilidade digital é algo bom para todas as pessoas e não apenas a quem tem algum tipo de deficiência. Ela exemplifica citando um aplicativo que tenha botões maiores que podem beneficiar quem tem deficiência motora ou mobilidade reduzida, pessoas idosas e até quem estiver com as mãos comprometidas carregando várias coisas e precisar usar aquele app naquele momento.

Jéssica acredita também que para se ter uma web inclusiva é preciso conhecer mais sobre as peculiaridades das pessoas, especialmente as neurodiversas. Segundo ela, ainda há muito a ser descoberto sobre esse universo e é muito bom que cada vez mais este tema seja debatido abertamente.

Assista ao depoimento completo que a Jéssica deu como contribuição ao painel “Desafios de contemplar a neurodiversidade nos projetos digitais”, que aconteceu durante o evento que fizemos em parceria com o Google em outubro de 2021.


Leia também:

Outras novidades