
A internet transformou a forma como as pessoas acessam informações e consomem conteúdo, produtos e serviços. Em poucos cliques, é possível se atualizar com as notícias do Brasil e do mundo, se inscrever em um curso ou fazer uma compra online, por exemplo. Mas, em uma web sem acessibilidade digital, não é esse o cenário que as pessoas com deficiência encontram.
“Podemos observar que têm vários vídeos ou informações importantes em sites, palestras e alguns comerciais que não possuem legenda em português nem Libras [Língua Brasileira de Sinais]. E aí a gente para pra pensar: como é que vão ficar as pessoas que têm problemas auditivos? Pessoas idosas, por exemplo, seus pais, seus avós? Como é que vão entender o que a pessoa está falando se está tendo uma perda progressiva da audição?”, explica Alexandre Ohkawa, arquiteto, consultor e gestor cultural, presidente da Associação de Surdos do Estado de São Paulo Vem Sonhar, gerente de comunidades na empresa Hand Talk e um dos embaixadores do Movimento Web para Todos.
Para ele, que é surdo sinalizado (quem se comunica por meio da língua de sinais), implantado e oralizado (quem é alfabetizado na língua oral portuguesa), a questão da linguagem é um desafio ainda maior nos chats de atendimento. “A estrutura linguística em Libras e em português é extremamente diferente. Não dá pra eu ficar me comunicando com robô o tempo todo, porque ele ainda não conhece e não reconhece a escrita de pessoas surdas”, complementa.
E o atendimento online em tempo real da comunidade surda sinalizante, que fala em Libras? Alexandre também responde a essa dúvida no videodepoimento que ele deu em contribuição ao painel “O que as marcas que adotam a acessibilidade digital podem nos ensinar”. Esse bate-papo fez parte do evento que fizemos em parceria com o Google em outubro de 2021.