![Foto do Reinaldo Ferraz sentado, sorrindo. Ele tem cabelos curtos, barba grisalha e usa blusa social na cor azul. Reinaldo segura com as duas mãos o livro “Acessibilidade na web: boas práticas para construir sites e aplicações acessíveis”. As mãos estão apoiadas em cima de uma mesa. Ao fundo, há dois quadros abstratos na parede.](https://mwpt.com.br/wp-content/uploads/2020/06/reinaldo-ferraz-1024x768.jpeg)
Escrever sobre tecnologia no momento em que vivemos com mudanças constantes é um grande desafio que Reinaldo Ferraz, especialista em Desenvolvimento Web do W3C Brasil e do Ceweb.br/NIC.br, aceitou. Há poucas semanas, ele lançou o livro “Acessibilidade na web: boas práticas para construir sites e aplicações acessíveis”, pela Casa do Código.
Quando a missão é eliminar as barreiras de navegação na web, quanto mais informações de qualidade você tiver, melhor. A publicação aborda o universo da acessibilidade digital em detalhes, como o primeiro e-mail que circulou na lista do W3C sobre a inserção de imagens e um atributo para tornar figuras acessíveis na web.
O livro traz também curiosidades sobre tipos de deficiência, como as pessoas navegam na web, tecnologias assistivas e a eliminação de barreiras. “Esse último tema, especificamente, eu quis separar em quatro tópicos: estrutura, navegação e interatividade, design e multimídia, e conteúdo não textual. Conto também sobre os recursos encontrados em bibliotecas, frameworks e CMS, validação e sobre questões legais sobre a acessibilidade em sites e aplicações web. Nas referências, disponibilizei todos os links listados no livro para facilitar a consulta”, informa Reinaldo.
Estudos e desafios
Quando o especialista começou a estudar a documentação de acessibilidade em 2004, começou pelo WCAG. “Criei um arquivo com 950 slides para conseguir estudar a documentação completa. Foi assim que percebi que a forma de estudar acessibilidade era diferente da maneira de estudar HTML, em que as pessoas procuravam cursos, investigavam o código fonte dos sites, liam artigos, livros e posts em blogs para depois ler a documentação do W3C”, conta.
O que o motivou a escrever este livro foi produzir fazer um conteúdo que ele gostaria de ter lido quando estava iniciando os seus estudos sobre acessibilidade.
Ao mesmo tempo, Reinaldo queria também que a obra fosse uma referência rápida para desenvolvedores que desejam eliminar barreiras de acesso. Outra motivação que teve foi abordar o WCAG 2.1 (a versão mais recente das Diretrizes de Acessibilidade na Web), coisa que ele mesmo não havia contemplado no livro anterior.
Ao todo, foram 15 meses produzindo todo o material – o que, segundo Ferraz, é um tempo longo para um livro sobre tecnologia, que está sempre em mudança. “Listei as barreiras de acesso relacionadas à documentação do W3C, principalmente as mais recentes, que envolvem dispositivos móveis. Depois passei para os capítulos anteriores, introdutórios e explicações sobre padrões e tecnologia assistiva. Meu foco no livro é a eliminação de barreiras de acesso, de forma simples e de fácil consulta”, detalha.
Referência para eliminar
Para escrever a publicação, Reinaldo contou com a colaboração de outros especialistas. “Além do prefácio ser da Lêda Spelta, uma das pioneiras na acessibilidade web no Brasil e uma das pessoas que me trouxe para o mundo da acessibilidade digital, a Talita Pagani deu uma enorme contribuição, apontando diversas melhorias e sugerindo conteúdo”, comenta.
O livro é indicado para quem quer se envolver nessa temática. Tanto o gestor quanto o desenvolvedor, segundo Reinaldo, farão bom uso dele, pois há uma parte relacionada a contextualização e questões legais que qualquer tomador de decisão precisa estar atento. E aborda também detalhadamente como eliminar barreiras de acesso, verificar acessibilidade e principalmente como colocar a acessibilidade na rotina de desenvolvimento.
Quando virá o próximo livro? “Escrever é um vício pra mim. Tenho diversos projetos paralelos (inclusive de obras de ficção), mas falta tempo. Devo me envolver com mais publicações desse tipo, pois gostei muito do processo e do resultado desse livro. Quero escrever mais coisas que eu gostaria de ter lido quando estava aprendendo”, explica.
A publicação está disponível no site da Casa do Código, Amazon e Google Books (por enquanto, somente na versão digital).
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