Como tornar aulas virtuais e materiais didáticos mais acessíveis


Foto de jovem com síndrome de Down escreve em caderno apoiado em uma mesa com computador à sua frente e objetos de escritório.

Neste mês de outubro, quando comemoramos o Dia do Professor, é importante refletirmos sobre a inclusão no ambiente educacional e como podemos garantir que estudantes tenham acesso pleno ao conhecimento, independentemente de suas condições físicas ou sensoriais. 

Segundo o Censo da Educação Superior de 2021, mais de 54 mil estudantes com deficiência têm matrícula registrada em cursos de graduação no Brasil. No ensino a distância (EaD), que já conta com cerca de 2,8 milhões de matrículas em cursos de graduação, a acessibilidade torna-se ainda mais essencial. 

Além disso, o número de cursos assíncronos disponíveis em plataformas como Coursera, Udemy e outras, cresce exponencialmente, oferecendo educação continuada para milhões de pessoas. 

Em ambos os formatos – síncronos (ao vivo) e assíncronos (gravados) – o desafio da inclusão é real. Mas com algumas adaptações simples é possível transformar as aulas e materiais didáticos em ferramentas inclusivas para estudantes com necessidade de acessibilidade. Se você quer saber como, continue lendo o texto e confira nossas dicas.

Como preparar o ambiente de aprendizagem online acessível

  • Verifique se a plataforma que você usa para as aulas é acessível para estudantes com deficiência, oferecendo suporte a tecnologias assistivas, como leitores de tela. Plataformas como Moodle e Canvas têm ferramentas de acessibilidade integradas que facilitam o uso para todos.
  • Estruture suas aulas de maneira simples e intuitiva. Use cabeçalhos claros para seções e subtópicos, e organize links, arquivos e recursos em pastas de fácil navegação.
  • Ofereça opções de aprendizagem por meio de diferentes formatos (texto, vídeo, áudio) para que a turma possa escolher aquele que melhor atenda às suas necessidades de acessibilidade. Além disso, inclua descrições textuais de vídeos e imagens em seus materiais.

Como criar uma apresentação acessível em slides

  • Se você usa o pacote Office da Microsoft, ative o recurso “verificador de acessibilidade” na barra de ferramentas na parte superior. Assim, o programa mostrará a você de forma automática sempre que for necessário ajustar algum tópico, como inserir descrição em uma imagem, ajustar contraste de cor, tamanho de fonte, ordem de leitura etc. Você pode acionar também o assistente virtual Copilot e solicitar a ele a revisão e/ou criação de slides acessíveis a estudantes com deficiência.
  • Se você usa o Canva ou o Google Slides, certifique-se de que as imagens estão com o texto alternativo preenchido corretamente, caso envie posteriormente esta apresentação como parte do material didático.
  • Use as fontes com tamanho mínimo de 25 pontos e prefira as sem serifa, como Arial, Tahoma e Verdana. 
  • Cuide bem do contraste entre o fundo de tela e a letra para que pessoas com baixa visão ou daltonismo não sejam prejudicadas. Por exemplo, não use fundo preto e texto em vermelho ou fundo verde e texto azul, pois podem ser invisíveis para quem não enxerga uma dessas cores.  
  • O Power Point permite que você ative a exibição de legenda automática em português no modo apresentação. Ative esse recurso quando souber que há estudantes com dificuldade de ouvir seu áudio por qualquer que seja o motivo, caso a plataforma não ofereça a transcrição automática do áudio. O Google Slides também deverá disponibilizar em breve esse recurso em português.

Como tornar materiais didáticos mais acessíveis

  • Sempre alinhe os textos à esquerda, pois isso beneficia especialmente pessoas disléxicas.
  • Lembre-se de usar as fontes sem serifas e com tamanho mínimo entre 14 e 16 pontos.
  • Evite escrever em itálico, pois essa formatação pode confundir a compreensão de algumas pessoas.
  • Siga as mesmas regras de contraste citadas anteriormente.
  • Quando usar gráficos, faça legendas diretas para facilitar a compreensão independentemente das cores. Lembre-se que pode haver pessoas que não conseguem visualizar as cores da mesma forma que você.
  • Se for usar tabelas, inclua símbolos para que a informação possa ser interpretada independentemente das cores.
  • Evite frases extensas. O ideal é ficar entre 15 e 20 palavras.
  • Descreva todas as imagens. 
  • Se for utilizar vídeos, cuide para que tenham legenda, além de Libras e audiodescrição se houver estudantes que precisem desses recursos.
  • Se você utiliza o Word, da Microsoft, pode acionar também o “validador de acessibilidade” neste programa enquanto prepara seu material e/ou solicitar ajuda do Copilot para revisar seu conteúdo com o objetivo de torná-lo acessível a estudantes com diferentes tipos de deficiência.

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