Como investir em acessibilidade digital de forma planejada e sem comprometer o orçamento?


Foto de um cofrinho para moedas em formato de porquinho. Ele está sobre cubos de madeira que formam juntos o número 2023.

Uma das dúvidas mais comuns entre quem desenvolve e aprova orçamento de projetos digitais é “quanto tenho que pagar a mais para ter um site acessível?” 

É possível construir um site novo e acessível pelo mesmo valor que você havia orçado. Mas se tiver que adaptar um que já exista e aplicar as diretrizes de acessibilidade, pode ter sim um custo considerável a mais se comparado ao projeto original.

Vamos usar uma analogia com o mundo físico para explicar o que acontece nesses casos. Você projeta uma casa sem acessibilidade e inclui degraus, banheiro apertado, portas estreitas, armários embutidos em áreas de passagens etc. Se tiver que adaptá-la depois de construída, vai precisar contratar serviços especializados, quebrar paredes, criar rampas e por aí vai. 

Mas você poderia ter feito essa casa fictícia acessível usado os mesmos serviços e materiais que havia comprado. Bastaria apenas ter feito alguns ajustes no projeto.

Por isso, sempre destacamos que acessibilidade exige mudança de cultura, o que fará com que seja considerada desde a fase mais embrionária de qualquer projeto digital.

Trouxemos a seguir cinco dicas preciosas mencionadas em um artigo publicado no blog da Hand Talk, que traz várias informações sobre recursos de acessibilidade, como e por que investir em projetos acessíveis. E no final do texto há conteúdos complementares para você ler e tornar seu site acessível.

1. Planejar é a chave do sucesso

O planejamento é mesmo a chave do sucesso das grandes empresas. Ter objetivos específicos e traçar um plano até eles é uma receita antiga, mas se seguida à risca, sempre dá certo. Projetos de começo, meio e fim, como adaptações para acessibilidade, devem ser seguidos da mesma forma. Desse jeito, tendem a gastar menos e ficam prontos dentro do prazo.

Antes de tudo, entenda qual é o tipo de adaptação que deseja fazer. Se você ainda está construindo ou começando seu negócio, opte pelo pacote completo. Entenda quais são as adaptações físicas, ou seja, o que precisará adaptar na estrutura.

Em seguida, entenda se seu público interno está preparado para atender e/ou trabalhar com pessoas com deficiência. Sua intranet está acessível em Libras – a Língua Brasileira de Sinais? Há planos de carreira adaptados para pessoas com deficiência intelectual? Sua empresa cumpre as porcentagens pedidas pela Lei de Cotas? São algumas perguntas que, se colocadas no planejamento, vão fazer o resultado ser muito mais duradouro e eficiente.

2. Antes tarde do que nunca

Se você não conseguiu fazer as adaptações logo no começo, não desanime! Entenda primeiro qual é a sua necessidade e faça um plano baseado nisso. Uma boa dica é revisar a Lei Brasileira de Inclusão (LBI 13.146) e anotar os tópicos que precisam de ajustes.

Categorize de várias maneiras diferentes – por tipos de deficiência ou de adaptações. Veja o que está no seu orçamento e faça aos poucos, mesmo que devagar, mas faça. 

A pergunta principal é: como passar de maneira mais eficiente e acessível a mensagem da sua empresa? Independentemente se é uma grande loja onde recebe pessoas para demonstrar produtos e serviços, ou se a comunicação é voltada para o site, é importante entender como passar a mensagem da melhor forma.

3. A tecnologia é uma grande aliada

Não é à toa que a LBI, também conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência – separou um capítulo inteirinho apenas para falar sobre a sinergia incrível que a tecnologia e a acessibilidade possuem. Não só na hora de passar a mensagem da acessibilidade e procurar dicas, mas a gama de soluções tecnológicas usadas como ferramentas para a acessibilidade é imensa e variada.

Por tudo isso, precisamos dar essa dica: use e abuse de recursos tecnológicos para a acessibilidade. E sem renegar sua identidade digital! É muito importante que todas as pessoas te achem na internet e para que isso aconteça, sua mensagem deve estar clara e acessível.

Uma parte valiosa da inclusão digital é deixar o conteúdo do seu site acessível também em Libras, pois grande parte das pessoas surdas do Brasil não compreende a língua portuguesa. Como consequência, também não entende o que a sua empresa comunica.

4. Converse com especialistas

É normal não entendermos muito sobre acessibilidade, ainda mais se não existe alguém com deficiência no nosso círculo familiar e de amizades. A gente costuma tentar fugir das coisas que não conhece, ou encontrar empecilhos para o que não nos afeta diretamente, meio que ‘deixando pra lá‘. E é por isso que nossa quarta dica é: converse com especialistas.

Hoje, Consultoria em Acessibilidade é uma atividade bastante específica, mas existem profissionais que prestam esse tipo de serviço. Seja na área arquitetônica, na de acessibilidade digital ou em treinamentos para colaboradores e colaboradoras dentro da empresa, tem muita gente boa e disposta a ajudar o mundo a ser cada vez mais acessível! O diagnóstico do que precisa ser feito muitas vezes é gratuito e é o primeiro passo (essencial) para começar as adaptações dentro da sua empresa.

5. O que vale é a ação

Na hora de falar sobre acessibilidade, intenção não é tudo o que importa. Materiais ou projetos de má qualidade, audiodescrição não profissional ou tradução para Libras sem pessoas capacitadas podem mais atrapalhar do que ajudar. 

O que vale mesmo na hora de adaptar sua empresa para acessibilidade é o seu comprometimento para fazer a diferença e a qualidade dessa mudança.


Leia também:

Outras novidades