Aprenda por que e como você deve descrever imagens no digital


Arte nas cores azul, amarelo, laranja e lilás com foto da Suzeli Damaceno em pé, em um ambiente fechado. Ela sorri. Suzeli é loira, tem cabelos longos, lisos e usa uma blusa preta com o logotipo do Movimento Web para  Todos. No lado esquerdo, há o seguinte texto: "Saiba por que e como você deve sempre descrever imagens no digital - Suzeli Damaceno (MWPT). No rodapé, há o logotipo do evento LINK - Festival Digital de Acessibilidade.
Suzeli Damaceno, nossa coordenadora, fez uma das palestras do LINK – Festival Digital de Acessibilidade. Imagem: Reprodução vídeo / Link

Você sabia que no Brasil há cerca de 7 milhões de pessoas cegas ou com baixa visão que precisam de descrição nas imagens para compreenderem o conteúdo e navegarem bem pelas redes sociais e sites?

Além delas, tem mais gente que também se beneficia dessas transcrições quando são publicadas em locais visíveis e não apenas no campo texto alternativo (ALT), onde só pode ser acessado por meio de softwares de leitores de tela. Estamos falando de pessoas com daltonismo, com alguns tipos de deficiência cognitiva, com doenças oculares que as impedem de enxergar detalhes importantes nas imagens, entre outras. 

Em uma palestra de 25 minutinhos no Link Festival Digital de Acessibilidade 2020, a coordenadora do Movimento Web para Todos, Suzeli Damaceno, deu várias dicas cruciais sobre como descrever imagens e que também são muito úteis para serem aplicadas em praticamente todo tipo de texto na web. 

Você pode assistir ao conteúdo pela primeira vez ou rever quantas vezes quiser acessando o vídeo que está no final desta página. Essa versão contém Libras, legenda e audiodescrição. O Link é uma iniciativa da Hand Talk, que é uma das empresas parceiras do Movimento, e, neste ano, contou com nosso apoio na curadoria de conteúdo.

Veja a seguir os tópicos que a Suzeli explica com detalhes no vídeo.

Premissas básicas para produção de conteúdos digitais acessíveis

  • Evite frases extensas. O ideal é ficar entre 15 e 20 palavras;
  • Use voz ativa: sujeito – verbo – complemento;
  • Use palavras mais conhecidas e simples;
  • Evite o uso de figuras de linguagem, jargões, termos técnicos e neologismos. Mas se tiver que usá-los, explique o que significa. 
  • Não use “X”, “@” ou “e” como forma de não marcar gênero em uma palavra, pois ela acaba se tornando impronunciável e inacessível para os leitores de tela. Além disso, elas confundem os avatares de Libras e são ruins para pessoas com dislexia, autistas, quem está aprendendo nosso idioma, entre outras;
  • Descreva toda e qualquer imagem com conteúdo informativo (fotos, gráficos, organogramas, ilustrações, imagens que substituem botões ou links, figurinhas do WhatsApp e que façam sentido naquele contexto etc.);
  • Sempre inclua pessoas com deficiência em seus projetos. Essa é a melhor forma de equilibrar as regras e dicas de acessibilidade com a usabilidade do usuário ou usuária com deficiência. 

Qual a diferença entre descrição de imagens, ALT e audiodescrição?

Descrição de imagem

  • Visível na página;
  • Mais usada nas redes sociais;
  • Fotos, gráficos, mapas, gifs, figurinhas, ilustrações.

Texto alternativo ou ALT

  • Diferente da descrição, fica escondido no código e é lido pelo leitor de telas;
  • Descrição mais curta, clara e objetiva;
  • Usado tanto em sites, aplicativos ou redes sociais.

Audiodescrição

  • Campo profissional de descrição de imagens estáticas e dinâmicas que leva em consideração critérios técnicos;
  • Áudio diferente do som original em conteúdos audiovisuais;
  • Inserções entre os diálogos;
  • Respeita pausas, efeitos, ruídos e trilhas;
  • Beneficia pessoas com outras deficiências. 

Dicas para descrever imagens

  • Use a fórmula simplificada: formato + sujeito + paisagem/contexto + ação;
  • Identifique os elementos relevantes na imagem;
  • Mencione as cores;
  • Use verbos no presente e evite gerúndio;
  • Elimine pleonasmos;
  • Não use adjetivos;
  • Descreva apenas o que tiver certeza;
  • Coloque o nome da pessoa ou substantivo primeiro, depois use pronome pessoal. 

Assista à palestra completa da Suzeli Damaceno no vídeo:


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