“A acessibilidade digital é fundamental na minha interação com as pessoas e com a sociedade”, afirma Diniz Candido


Foto do Diniz Candido em pé com leve sorriso. Ele tem cabelos curtos, castanhos e está usando uma blusa na cor cinza.
Diniz Candido. Foto: Arquivo pessoal.

No Movimento Web para Todos, falamos constantemente sobre a importância da empatia e também da representatividade da pessoa com deficiência, principalmente quando o assunto é acessibilidade digital. Diniz Candido, um dos nossos embaixadores do Movimento Web para Todos, vive e entende bastante disso.

Ele tem baixa visão devido à Amaurose Congênita de Leber, uma patologia rara que acomete a retina, e sempre enxergou aproximadamente 5% de cada olho. Atualmente utiliza tecnologias assistivas para navegar na web, mas encontra muitas barreiras.

Em busca de transformar a web para ele e para todos, Diniz fez o livro “Por uma Web Mais Inclusiva: noções básicas de acessibilidade online”. “A obra é resultado de uma pesquisa aprofundada e também das minhas vivências como pessoa com deficiência visual nesse contexto”, disse.

Segundo Diniz, o objetivo do livro é contribuir para dar visibilidade ao tema. “Acho que é o primeiro livro que trata exclusivamente da acessibilidade na web, publicado em português na plataforma da Amazon, que, aliás, é bastante acessível. Busco também introduzir o tema para pessoas que possam se interessar por ele. A intenção é, por meio de uma leitura leve e objetiva, conquistar e conscientizar as pessoas sobre a importância da acessibilidade na web”, afirma.

Abaixo, confira a entrevista que fizemos com Diniz sobre acessibilidade e sua jornada para escrever o livro. A publicação está disponível na Amazon.

Movimento Web para Todos – Qual foi a sua inspiração para fazer o livro? O que te impulsionou?
Diniz – O tema da acessibilidade na web sempre esteve muito presente na minha vida. Desde cedo, comecei a estudar sobre isso, porque sinto grande irresignação com a falta de acessibilidade. Temos a tecnologia, tão evoluída e desenvolvida, temos serviços prestados de diversas maneiras, mas na hora de interagir, a página é inacessível. Então sempre busquei atuar para diminuir um pouco tudo isso e o livro é resultado de alguns artigos que já escrevi sobre o tema e muita pesquisa para concatenar tudo em um único documento.

Movimento Web para Todos: Como foi o processo de pesquisa? E quanto tempo levou para organizar as informações?
Diniz – Acho que essa pesquisa começou muito antes do livro, quando eu já escrevia os artigos e estudava o tema. Mas a organização dos textos, escrever o que ainda faltava para linkar um assunto a outro, pesquisar e explanar sobre assuntos ainda não abordados, levou aproximadamente seis meses.

Movimento Web para Todos:  Quais assuntos você decidiu abordar no livro?
Diniz – O livro tem a intenção de introduzir a acessibilidade na web para quem ainda conhece pouco sobre esse tema. à partir de uma divisão que gosto de fazer entre acessibilidade estrutural e acessibilidade de conteúdo, procurei abordar, no primeiro campo, uma apresentação do WCAG, as tecnologias assistivas existentes, no segundo campo a audiodescrição, libras, legendas, etc. Depois falei também sobre a legislação que temos hoje sobre acessibilidade na Web, apresentei algumas breves dicas de acessibilidade para desenvolvedores e para conteudistas, falei também um pouco sobre a validação de acessibilidade e encerrei com um modelo de carta que pode ser enviada para desenvolvedores e conteudistas de portais inacessíveis.

Movimento Web para Todos – Após o lançamento do livro, como tem sido o retorno das pessoas em relação a ele e ao tema?
Diniz – Ainda não consigo avaliar porque a publicação e o lançamento foram muito recentes. Gostaria de receber críticas, sugestões para aprimorar uma segunda edição no futuro. Mas quem leu até agora deu um retorno muito positivo.

Movimento Web para Todos –  Qual é a sua relação atual com a causa da acessibilidade digital? E importância disso na sua vida?
Diniz – Minha relação com a acessibilidade (digital e todas as outras) é total. Vejo a acessibilidade como eliminação de barreiras e cada prática que consigo realizar de forma independente é porque teve acessibilidade. Isso é fundamental na minha interação com as pessoas e com a sociedade.

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