Se você tem interesse por acessibilidade digital ou já pesquisou sobre o tema, com certeza, se deparou com a WCAG. A sigla em inglês para Web Content Acessibility Guidelines compreende as diretrizes de acessibilidade para o conteúdo da web em todo o mundo.
Em sua versão mais atual, a 2.1, ela tem 78 critérios de sucesso para que você acessibilize seu produto online (site, aplicativo, programa etc) para todas as pessoas, com ou sem deficiência. Ao ver esse número, você pode achar que tudo isso é muito complexo. Então, espere até saber que no buscador do Google há mais de 8 milhões de resultados diferentes ao procurar pelo termo. Muita coisa, não é mesmo?
É por isso que o nosso Movimento, ao lado de outros parceiros, está aí para te mostrar que a WCAG não é assustadora como um monstro. Há inúmeras formas de descomplicar sua aplicação.
Esse foi justamente o tema da palestra de Marcelo Sales no Link Festival Digital de Acessibilidade 2020, que aconteceu em setembro deste ano. O especialista na área e Senior UX Designer no Itaú, mostrou uma forma simples e clara de entender as diretrizes de acessibilidade para o conteúdo da web.
Você pode assistir ao conteúdo pela primeira vez ou rever quantas vezes quiser acessando o vídeo ao final da página. Ele contém Libras, legenda e audiodescrição. O Link é uma iniciativa da Hand Talk, que é uma das empresas parceiras do Movimento, e, neste ano, contou com nosso apoio na curadoria de conteúdo.
Confira os conteúdos-chave da apresentação de Marcelo Sales:
O que é a WCAG resumidamente?
São as diretrizes de acessibilidade para o conteúdo da web. Seus 78 critérios garantem que um conteúdo digital possa ser consumido por todas as pessoas nos mais diversos dispositivos. Isso vale para computador, celular e até aparelho de televisão.
A WCAG é organizada pelo W3C (World Wide Web Consortium) que é a principal organização de padronização da internet no mundo.
Não entendi bem a WCAG, tem problema?
Segundo Sales, quando isso acontece você tem duas implicações importantes: “o não entendimento correto das diretrizes de acessibilidade e, consequentemente, a não adoção completa das diretrizes”.
Então, você terá um produto online que não estará pronto para o uso de todas e todos, incluindo pessoas com deficiência.
Como entender os 78 critérios de sucesso para a acessibilidade?
Com um conteúdo bastante rico e aprofundado sobre o assunto, essa é uma pergunta que Marcelo Sales conseguiu responder, na prática, ao criar um toolkit de acessibilidade. Ele é um kit de ferramentas desenvolvido para facilitar e simplificar o entendimento das diretrizes de acessibilidade da WCAG.
Resumindo, o especialista criou uma espécie de baralho com cartas que representam cada um dos critérios, baseado numa prática de Design Thinking chamada Card Sorting. Basicamente, você tem cartas com informações, como o princípio daquele critério, o nível de criticidade e um breve resuminho sobre ele. Aí, você escolhe quais precisa usar dependendo do desafio de acessibilidade que tem.
Então, se você está mexendo na página inicial de um site, é preciso pensar que critérios você precisa aplicar nela: navegação por diversos recursos (menu, links de acesso, mapa do site), imagens com descrição, contraste das cores, entre outras possibilidades.
Se o desafio for acessibilizar um vídeo, você vai seguir a mesma lógica. O que você precisa ter de recurso de acessibilidade nele que tem nas cartinhas? Audiodescrição, Libras, legendas? Dessa forma, você vai selecionando o que precisa e descartando as cartas que não vai usar para aquela atividade.
Ficou interessado e quer conhecer (e usar já) esse material?
No site Guia WCAG, você encontra todo o conteúdo para consulta digital. Já no site Acessibilidade Toolkit está o material para imprimir. Ele está licenciado sobre Creative Commons. Citando a referência, você pode usar ou tranquilamente ou até editar do seu jeito, usando da melhor forma com sua equipe, empresa ou clientes.