Não confie em ferramentas "milagrosas" de acessibilidade


Marcelo Sales é especialista em acessibilidade digital. Foto: Reprodução /

Você acha que é possível tornar um site acessível com apenas um clique? Então é importante que você não deixe de conferir este conteúdo. Marcelo Sales, um dos principais especialistas em acessibilidade digital do Brasil e um super parceiro nosso, apresenta vários argumentos técnicos provando que não há milagre nessa área.

Este vídeo, abaixo, de 20 minutos, é um trabalho incrível de curadoria que reuniu suas próprias opiniões e as de profissionais de outros países que trabalham com acessibilidade digital há muitos anos.

Preparamos também a transcrição do vídeo, que você pode conferir abaixo. Em seguida, você confere os links que Marcelo mencionou. Agradecimento especial à nossa voluntária Sabrina Fujikura por ter realizado a transcrição do vídeo.

Transcrição do vídeo: “Não confie em ferramentas ‘milagrosas’ de acessibilidade”

Olá, pessoal!

Com certeza vocês já ouviram falar naquela frase: “Quando a esmola é demais, o santo desconfia”. Ou então naquela outra: “Isso parece ser muito bom para ser verdade”.

Ambas frases remetem a situações que são fáceis de ser aplicadas no dia a dia. Ou então milagres. Milagres do tipo: “Vamos aplicar acessibilidade com apenas uma linha de código no seu site”. 

Hoje a gente vai falar neste vídeo de: Milagres. E esse vídeo é o retorno do  canal “Todos por Acessibilidade”

Vem comigo!  

Bom, é disso mesmo que a gente vai falar então aqui nesse vídeo. 

Basicamente estão no mercado, hoje, algumas ferramentas que se dizem milagrosas  no sentido de aplicar facilmente acessibilidade em seus projetos.

Todos os profissionais que  trabalham com acessibilidade, sejam os de longa data, sejam os que estão começando a trabalhar  atualmente, sabem que aplicar acessibilidade não é algo simples de ser feito. Porque se fosse simples era super simples, era simplesmente… utilizar uma ferramenta como essas ditas milagrosas. 

E essas ferramentas têm um problema. Elas vendem o produto deles como sendo a solução de fato ideal para aquilo que você está buscando. E não é essa a solução. Ela sequer poderia ser utilizada para tapar um buraco em algumas situações. Mas, de qualquer forma, hoje a gente vai falar um pouquinho desses tipos de ferramentas.

Não vou citar diretamente nomes, mas elas são facilmente encontradas por aí, se é que elas já não encontraram vocês. É importante deixar claro nesse vídeo também, que eu não estou falando de qualquer ferramenta. Há ferramentas úteis, há ferramentas que te ajudam bastante, há plugins que te ajudam bastante. 

Neste caso específico, a gente está falando de ferramentas que se vendem com uma  solução para todos os seus problemas e, de fato, elas não são como eles pintam. É importante ressaltar essas coisas, porque elas acabam caindo na questão de que pessoas desconhecem o que precisa ser feito. E eu meu papo aqui é diretamente com você, possível comprador de uma ferramenta como essa. 

E se você trabalha numa empresa onde essas ferramentas estão acabando de ser ressaltadas por alguém ou por qualquer pessoa que seja, vale a pena você repassar esse vídeo aqui para essas pessoas. O intuito desse vídeo é justamente fazer as pessoas refletirem e não comprar gato por lebre. É importante a gente ter uma consciência muito grande nas aquisições.  

A gente não deveria comprar qualquer coisa que nos oferecem. Isso acontece a todo momento em diferentes situações e, no caso de ferramentas como essa, que  prevêem uma questão relacionada à acessibilidade, é uma responsabilidade social e inclusiva muito grande. Então não dá para colocar na conta de uma ferramenta e não dá para alegar que você não sabia disso. Principalmente depois de um vídeo como esse. 

Existem diversos argumentos relacionados à utilização dessas ferramentas ou os argumentos  que são utilizados por quem está vendendo essas  ferramentas. E é importante a gente pegar alguns desses argumentos. Eu não vou citar todos porque são enormes. É papo de vendedor literalmente falando. Então, quando você vai numa loja e o vendedor tenta te  persuadir a comprar uma coisa ou quando de fato um fornecedor de uma ferramenta chega até sua empresa, você sempre vê aquela apresentação linda e maravilhosa em que tudo funciona. 

Mas é importante você ser questionador de alguns pontos. Então eu trouxe aqui cinco pontos que eu anotei, relacionados a algumas coisas que eu vi em diversos sites de diversas ferramentas. Porque eles têm um “modus operandi” padrão. Mas eu vou passar aqui alguns e depois eu vou citar também para vocês não dizerem que só eu que estou falando. 

Vou citar e vou mostrar algumas referências mundiais falando sobre essas questões dessas ferramentas.

Primeiro ponto: impacto de marca e visibilidade.

De fato, quem não trabalha com acessibilidade tem um grande impacto na sua marca. Hoje em dia as pessoas  estão comprando produtos de empresas socialmente responsáveis. Então é importante você ter essa  preocupação. Mas não é apenas isso. Isso é um dos pontos de visibilidade ali da sua marca. 

Só que, você de fato tá pensando nas pessoas ou você só está pensando em não tomar uma multa? Então tem que pensar nessa questão também. 

A visibilidade da marca é altamente importante. Mas ela não deve ser primordial, e definitivamente esse não é um motivo para você adquirir uma ferramenta milagrosa. 

Segundo ponto: facilidade de navegação

A gente está falando há anos de usabilidade e UX (User Experience) e se até hoje você ainda não está adaptado ou se você não tem um time trabalhando com o UX ou pelo menos alguém defendendo UX dentro da sua empresa, você tá muito atrasado em relação a esse tema. 

A aplicação e a facilidade de uso não se dão necessariamente com ferramentas como essa, por  exemplo. Eles podem alegar outras questões, mas essa ferramenta definitivamente não vai facilitar em  nada o uso das pessoas com relação a isso. 

Não vou entrar em detalhes. Vou deixar os outros vídeos e as outras referências aqui. Mas é importante você entender o seu consumidor. Faça pesquisas com pessoas de verdade. Conversem com pessoas de verdade. Não acreditem no papo do vendedor de  que aquilo vai tornar de uma forma mais fácil  de se usar.

A gente está falando aqui de questões relacionadas a usabilidade. E é como eu falei.  

Vai muito antes do aspecto da acessibilidade. “Elas” são assuntos paralelos que eu vou discutir isso melhor em outros vídeos e não neste aqui hoje. Mas é importante você entender que a facilidade de  uso é fundamental para qualquer tipo de  produto. Isso não é uma justificativa para você adquirir uma ferramenta como essa. 

Terceiro ponto é: aumento da receita

Poxa, quem não quer que a receita seja aumentada ali no seu produto ou serviço? Todos nós queremos, afinal. E se fosse tão simples assim era fácil: “Poxa, vamos comprar uma ferramenta ali e vamos trazer a receita para o nosso produto!”!

Obviamente não funciona dessa forma. Então é importante também perceber que esse tipo de aquisição  não vai trazer os efeitos necessários que você precisa para aumentar a receita do seu produto. Isso também se dá através de outras formas, e eu também vou tratar esse assunto em outros vídeos aqui do canal. 

Quarto ponto: melhorias de SEO

Estamos falando agora de “Search Engine Optimization” (SEO), para quem nunca ouviu falar.

Eu acredito que, a essa altura do campeonato, todos já devem ter ouvido falar em como você indexa melhor as suas páginas em mecanismos de busca como o Google, por exemplo, e tudo mais. Existem técnicas para você fazer isso. Definitivamente essa ferramenta não vai fazer isso, e detalhe: normalmente essas ferramentas dizem que vão aplicar essa acessibilidade com uma linha no seu código. 

Então vamos pensar um pouquinho. Você vai mexer uma linha do seu código e magicamente  ele vai estar facilmente buscável ou encontrável em ferramentas como o Google por exemplo. Sério? Enfim, não precisa ir muito longe para perceber que esse argumento é totalmente  errado. Totalmente incorreto no ponto de vista que eles utilizam para vender a ferramenta. 

Você aplicar a acessibilidade no seu site faz com que você melhore de fato o SEO porque você está aplicando melhorias relacionadas à arquitetura de informação, ao conteúdo, links diretos que falam diretamente com o cliente que está acessando o seu conteúdo e diversas outras técnicas que vão melhorar de fato a indexação do seu conteúdo. Mas definitivamente não é com uma linha de código que  isso vai acontecer. 

Quinto e último ponto que eu levantei aqui: compliance

Compliance: vou ter um vídeo também só falando sobre isso no canal. Se você está adquirindo a ferramenta meramente para não tomar multa, então, desculpa. Você está pagando uma multa mensalmente para essas empresas em questão  porque eles cobram um “fee” mensal e você tá pagando um valor às vezes absurdamente alto para manter aquela  ferramenta que não vai servir para absolutamente nada. 

Vamos ser sinceros aqui. O que faz você aplicar acessibilidade de uma forma adequada é seguir os padrões internacionais que, neste caso, é a WCAG, que também vai ser papo para um outro vídeo. 

A WCAG é composta por 78 critérios de sucesso. Ao aplicar ferramentas desse tipo, você não atende nem 1/3 de todos os critérios de sucesso, apesar deles alegarem que você atinge quase 100% de completude ali de compliance. 

Isso não é uma verdade porque as técnicas envolvendo aplicação de acessibilidade não são apenas técnicas mecânicas que você utiliza uma ferramenta para automatizar ou para validar a sua aplicação e, necessariamente uma ferramenta não vai te ajudar em nada com relação a isso. 

E mesmo que, supondo que você atenda aos 78 critérios da WCAG, ainda assim você não está 100% compliance. Você  pode sim ser multado por diversas outras questões. Você não deveria aplicar acessibilidade no seu site por medo de multa. Definitivamente não é um argumento válido. você deveria aplicar acessibilidade porque você sabe que você está promovendo acesso maior para diferentes pessoas. Para todas as pessoas nesse caso. E não é através do uso de ferramentas milagrosas que você vai conquistar isso também. 

Bom já que a gente citou compliance, também é válido citar algo que é bastante referenciado por qualquer tipo de projeto hoje em dia, ou que fala de acessibilidade. Que é a pesquisa do pessoal do Movimento Web Para Todos, que eles fizeram  em conjunto com o pessoal do Big Data Corp, que mostra a quantidade de sites acessíveis no Brasil

E é bem interessante os dados que eles levantaram. De uma forma técnica eles explicam basicamente  todo o conteúdo no site que é esse aqui que eu vou mostrar pra vocês agora. Esse é o conteúdo do site onde eles mostram os estudos, eles mostram toda a metodologia que foi aplicada. 

É muito legal o projeto, e estudar esse conteúdo também é bem interessante. O que é relevante também dizer, que é  mostrado aqui a parte técnica. Aquilo que a gente consegue validar de uma forma mecânica através do uso de  uma ferramenta por exemplo. Isso representa uns 30%, 35%, no máximo 40% de tudo  aquilo que precisa ser feito de verdade. Todo o restante, toda essa porcentagem restante depende de fatores humanos.

Então você não vai conseguir utilizar ferramentas automatizadas para fazer uma validação de testes. O que, consequentemente nos traz a questão: Como que eu vou aplicar uma forma mecânica acessibilidade em toda essa porcentagem, sendo que eu não consigo sequer validar o uso?

Isso tem que ser levado em consideração quando você adquire ferramentas e as ferramentas dizem que  estão 100% compliance com a WCAG ou com qualquer diretriz que seja. Não vai estar, simples assim. Então isso você só vai conseguir saber pesquisando a respeito, colocando algum membro do seu time para pesquisar a respeito, senão você não vai ter esse retorno. E a pesquisa, ela deixou muito claro né trazendo todos os pontos, quais são os maiores problemas relacionados a formulários e  uma série de questões. 

Trazendo esse ponto também isso aqui é no Brasil, tá? No mundo tem uma pesquisa feita pelo pessoal da WebAIM (Web Accessibility In Mind). É bem legal. Não é uma consultoria. Eles são uma  organização sem fins lucrativos e eles têm muitos conteúdos muito legais de acessibilidade. 

Eles fazem, se não me engano, anualmente esse tipo de pesquisa também. E aqui, no caso deles, eles validam mais de um milhão de home pages mais acessadas no mundo. Eles também têm a metodologia deles que eu vou deixar o link aqui na descrição pra vocês pesquisarem mais sobre. Mas o que é interessante,  no mundo, é 1,99% dos sites que possuem acessibilidade adequada. Menos de 2%. No  Brasil 0,74% (menos de 1%) e no mundo 1,99 (menos de 2%). 

Convenhamos. Se fosse fácil aplicar acessibilidade, todos esses sites aqui estariam aplicando e utilizando ferramentas milagrosas. Então não é simples gente. Envolvem diversos fatores e diferentes processos para você conseguir aplicar acessibilidade de uma forma aceitável nos seus projetos. 

Já que eu citei também o pessoal do  Movimento Web Para Todos, vale lembrar que eles me convidaram junto com a Luciana Oliveira que é “tester”  e desenvolvedora da Sondery e a Talita Pagani que é especialista de acessibilidade, e ela também  é consultora desse tema pra gente responder uma pergunta super simples. 

A pergunta era: “É possível  tornar um site acessível de forma automatizada?”. Esse é o site da entrevista e aqui basicamente você tem uma chamadinha para isso, tem uma breve apresentação e aí nós respondemos algumas perguntas

A primeira pergunta era até que ponto é possível tornar um site acessível de  forma totalmente automatizada? Bom, basicamente eu não vou responder aqui. Olha tudo que eu coloquei ali, porque foi literalmente um textão, e juntando com as demais respostas.  

Desde a invenção da internet as pessoas tentam automatizar as coisas. Automatizar a criação de sites e afins. E a questão relacionada a acessibilidade, ela sempre pecou nisso. E justamente as tentativas de automatizar o desenvolvimento de sites fizeram com que esses sites se tornassem menos acessíveis cada vez mais. 

Hoje a gente está meio que voltando ao passado para construir as coisas de forma correta, como elas deveriam  ter sido construídas desde o princípio. E aí sim se aplica acessibilidade de uma forma correta. As perguntas seguintes eram relacionadas as vantagens e desvantagens de utilizar essas ferramentas, e literalmente eu não enxergo nenhuma. Eu coloquei isso na entrevista. Nenhuma vantagem, tá? Todas as  desvantagens possíveis! 

E também a última questão era relacionada se valia a pena você utilizar essas ferramentas enquanto você ainda está aplicando.

Eu falo: definitivamente não! Não vale a pena você colocar também essa ferramenta enquanto você está aplicando acessibilidade porque você vai testar diversas situações. 

O que vale mais a pena é você ser transparente com seu cliente colocar um “Accessibility Statement” (Estatuto de Acessibilidade), que também vai ser papo para outro vídeo sobre isso, e declarar aquilo que  vocês atendem ou que não atendem e que sabem que vocês não estão atendendo ainda mesma forma completa. E  consequentemente isso vai se evoluindo cada vez.  

Isso sim é interessante! Vou deixar também o link dessa entrevista aqui na descrição que aí vocês podem ter mais informações a respeito sobre esse conteúdo. 

Vou mostrar para vocês agora diversos depoimentos de profissionais que trabalham com acessibilidade no mundo todo. Existem vários depoimentos e eu vou deixar todos eles aqui na descrição desse vídeo. Mas eu vou mostrar alguns para vocês a partir de agora. 

Um deles é o da Julie Moynat. Ah! Detalhe importante: eu deixei aqui em português, justamente para facilitar e tá com o Google Translator. Mas é basicamente o que você precisa fazer. Caso você não entenda, nesse caso aqui seria um conteúdo em francês que absolutamente eu não entenderia com certeza. 

Felizmente as ferramentas de acessibilidade, justamente como um tradutor como do Google Translator nos  permite acesso a esse conteúdo. Então, por exemplo, o título dela é ferramentas sobreposição que são os “overlays” que eu havia comentado. “Ferramentas de sobreposição de acessibilidade à web, mentiras e bolas de chiclete”. 

Isso tem a ver com um trocadilho francês. Ela explica no meio do artigo, mas é um  artigo gigante. Porque existem ferramentas de sobreposição, o que há de errado com as ferramentas, as mentiras e o não dito uma falta de ética e por aí vai. 

Então tem vários fatores aqui que eles vão comentando, e isso daqui serve de insumo para você, possível comprador da ferramenta, e entender por que você não deveria comprar ferramentas desse tipo, ok?  

Esse daqui é um deles. A gente tem o Karl Groves em um artigo de 2018. O Karl Groves é um dos maiores especialistas de testes de acessibilidade no mundo. Ele é altamente renomado, trabalha com acessibilidade há muitos anos. É, de fato, uma das pessoas mais bem posicionados para tratar sobre qualquer tipo de tema relacionado à acessibilidade. 

Nesse artigo aqui ele diz “Mentiras automatizadas com uma linha de código”. Esse é um artigo de 2018 e ele comenta  bastante sobre isso. Aí você tem um outro artigo da Tenon.io que é uma ferramenta onde o Karl Groves trabalha na verdade. “Sobreposições de acessibilidade na web não funcionam” também  explica detalhadamente alguns pontos. Tô passando rapidamente porque eu vou deixar os links aqui  na descrição pra vocês consultarem. 

Tem também… ahh esse artigo não necessariamente é de ferramentas, mas  é um artigo de 2012… do Karl Groves falando sobre “acessibilidade de venda – fatores negativos” as  empresas e agências que vendem acessibilidade. Na verdade você não deveria construir um site vendendo. Vou dar um exemplo: o seu site com acessibilidade custa tanto sem acessibilidade custa tanto. Isso  não deveria acontecer e infelizmente também acontece em alguns lugares. Na verdade, você aplica  de uma forma natural aquela questão relacionada à acessibilidade e as empresas por si só, vão (deveriam) aplicar de uma forma natural também. 

Esse é um artigo relacionado que eu vou deixar ali também como referência. Tem  um artigo muito legal do Timothy Springer, que é CEO da Level Access, uma consultoria também de  acessibilidade. E aqui ele comenta bastante coisa a respeito.

Esse do Adrian Roselli é a cereja no bolo. O Adrian Roselli dispensa apresentações. Mas se vocês quiserem pesquisar também sobre ele, é  um cara que fala bastante sobre acessibilidade, e nesse artigo ele fala muita coisa sobre isso e o que é legal: ele começou a escrever esse artigo em 2015 e vem atualizando ano a ano. Ele tem as informações, têm referências antigas… Mas olha update em 2015, update em 2016, updates e sempre que tem o update ele vai colocando.  

Agora o que é interessante aqui é um update que aconteceu no dia quinze de junho… quinze de julho…esse daqui olha o que que ele atualizou aqui… “é impossível tornar um site acessível de forma automatizada?”.

Aquela entrevista que eu acabei de apresentar do Movimento Web Para Todos, e aí também o que  que aconteceu aqui: ele fez uma referência à lei de Betteridge. Essa lei, como se fosse a lei de  Murphy, (se algo pode dar errado vai dar errado) essa lei também é bem humorada, mas na verdade ela trata assim: “Qualquer manchete que tenha um ponto de interrogação, a resposta sempre vai ser NÃO”. 

Tem  mais um artigo Tha Paciello Group, que é uma consultoria também de acessibilidade. Uma  das mais respeitadas no mundo todo. E eles também comentam bastante disso daqui, e esses daqui são  dois vídeos que eu também vou deixar relacionado.

Esse vídeo aqui que eu estou mostrando do Eric  Eggert, que também é bem bacana e ele também acaba falando sobre os pontos de argumentações, e ele vai desconstruindo cada um dos pontos das ferramentas. 

E também um vídeo do Karl Groves que  eu havia comentado dele agora pouco, e esse vídeo, esse é sensacional! Esse vídeo aqui, ele tem 22  minutos de duração o vídeo dele, e ele dá detalhes técnicos sobre como as ferramentas funcionam. Ele mostra de ponta a ponta o funcionamento dessas ferramentas e por que elas não são úteis. 

Os vídeos  possuem legendas que você pode aplicar. As legendas estão em inglês, mas o YouTube te permite fazer  a tradução automática pro português. Não vai ser uma tradução assertiva 100% mas já vai dar para  você captar bastante informação a respeito. 

Ferramentas existem aos montes, gente. As ferramentas sempre vão aparecer, mas é importante a gente sempre ver o contraponto e a gente tem que ser questionador. Esses artigos que eu estou mostrando e colocando aqui na descrição, servem justamente para você formar sua opinião. Principalmente você que está sendo bombardeado com ferramentas nesse sentido. 

Agora eu já estou chegando ao fim do vídeo e, antes de encerrar, eu  na verdade vou citar alguns exemplos práticos de como você pode fazer uma avaliação prévia do seu  site, do seu próprio site, e tem também diversas  que fazem esse tipo de avaliação. Mas vou citar  aqui três delas que eu gosto bastante, que são essas aqui:

A primeira é a MEASURE que, na verdade, foi bastante conhecida como Lighthouse. Se você procurar como “lighthouse”, é uma ferramenta do próprio Google, e o que é bacana dessa ferramenta? Você coloca o site aqui, você roda a audição e ele vai te dar alguns valores. Aqui está, por exemplo, aqui é o do Guia WCAG que é o meu site.

A performance dele  está muito baixa. Eu preciso trocar de servidor, mas a acessibilidade e SEO, a acessibilidade 100%, SEO 96%, preciso fazer uma pequena correção ali, e boas práticas também posso melhorar  em alguns pontos. Lembrando que isso daqui é a parte técnica. Não é a parte principal do seu conteúdo.

Aí você tem o plugin AXE… é da DEQUE, uma consultoria  norte-americana também muito bem renomada. Você pode instalar o AXE no Chrome. Você tem versões pra Firefox e você tem outras ferramentas também diretamente pro desktop e pro próprio celular Android e assim vai. 

E a outra é o WAVE. É a do próprio WebAIM que eu havia comentado também, onde  você coloca o seu site aqui e ele vai te dar um relatório. Essas três ferramentas te ajudam bastante a dar um  Norte tá?

O papo do vídeo aqui não é sobre testes, necessariamente falando. E esse vai ser conteúdo para  um próximo vídeo. Mas hoje eu queria mostrar essas ferramentas aqui que ajudam bastante no processo.  Enfim, é isso gente! 

Pra finalizar aqui o vídeo, não comprem tudo aquilo que vendem para você. Acessibilidade é um assunto que está em evidência, e cada vez mais, mais vai ser vendido né… no mercado, então é  importante quem está vendendo, trabalhar de uma forma correta e quem está comprando, mais ainda né! Porque afinal você tá gastando ali dinheiro. Dinheiro esse que poderia ser utilizado para  capacitar o seu time, por exemplo, a trabalhar com as ferramentas de forma adequada. 

Então, você tem que ter isso em mente. Na dúvida não compre. Esse é o recado final. 

Espero que todos tenham curtido. Teremos outros vídeos aqui no canal. 

Se vocês tiverem diversas dúvidas, podem colocar aqui nos  comentários e eu tentarei responder todas na medida do possível. Mas fiquem à vontade também para colocar  críticas ou opiniões. 

Enfim, vamos manter esse papo ativo.  

É importante todos que estão participando ativamente  desse processo de acessibilidade, eles aplicarem de forma adequada. 

Não é através do uso de ferramentas que a gente vai conseguir resolver os problemas de acessibilidade. Já que eu comecei esse vídeo  com um dito popular vamo encerrar ele também com outro dito popular né? Que é o… “Devagar se vai  longe”.

Então não tenham pressa para executar suas ações. Não tenha pressa para estar “compliance” no  seu conteúdo né! Faça de forma correta e faça de forma consistente: “Devagar se vai longe!”. 

Valeu.

E  obrigado por ter assistido até agora. Até mais!        

Links que Marcelo menciona no vídeo

Links

1) Web accessibility overlay tools: lies and gum balls
2) Automated Lies, with one line of code
3) Web Accessibility Overlays Don’t Work
4) Do Accessibility Overlays and Widgets Provide ‘Full and Equal Access’ as Required Under the ADA’s General Rule?
5) Be Wary of Add-on Accessibility
6) Bolt-on Accessibility – 5 gears in reverse
7) (extra) Selling Accessibility – Negative Factors

Vídeos

1) Eric Eggert (5 False Claims 1-Line “AI” Accessibility Script Vendors Make)
2) Karl Groves (Accessibility Overlays: What You See You Already Have)

Ferramentas para validação e testes

1) Measure
2) AXE
3) Wave

Leia também:

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