Web para Todos é tema de entrevista na BandNews Brasília



Arte com o ícone de um microfone verde no centro da imagem.
Ícone de um microfone. Foto: Pixabay / Creative Commons

No dia 19/10, Simone Freire, idealizadora do Web para Todos, foi entrevistada pela apresentadora Thalyta Almeida, da BandNews FM Brasília, sobre a nossa iniciativa.

Acompanhe a entrevista no áudio que subimos no nosso canal no SoundCloud! Se preferir, leia o texto completo que transcrevemos.

Thalyta Almeida: Vamos falar um pouquinho sobre acesso à internet. O movimento Web para Todos se baseia em dados que mostram que, por mais que pareça, a internet brasileira ainda não é acessível para todas as pessoas. Mais de 45 milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência e apenas 2% dos sites nacionais têm abas de acessibilidade. O movimento, idealizado pela empresária Simone Freire, busca mudar a realidade no Brasil, e é com ela que a gente vai conversar um pouquinho agora.

Thalyta Almeida: Oi, Simone, tudo bem. Boa tarde! Seja bem-vinda à Band News!

Simone Freire: Olá, Thalyta! Boa tarde! Tudo ótimo!

Thalyta: Bom, bem legal, Simone, esse projeto. Uma vez que, até no início aqui do texto a gente falou, né? Parece ser acessível, mais de fato ainda precisa melhorar bastante, né?

Simone: Ah, sem dúvida! A questão da acessibilidade, ela é bem interessante, no Brasil, que aqui a gente tem falado muito né, já algum tempo, da acessibilidade no mundo que a gente fala que é o mundo real. As pessoas, as organizações estão muito preocupadas em colocar rampa para subir cadeirante, em ter piso tátil para cego,  em ter intérprete de Libras, mas o que a gente fala é que agora, essa preocupação precisa ser estendida também para o mundo virtual. Não adianta a gente se preocupar com essa rampa, se por exemplo, um cego quiser acessar o site de uma empresa de e-commerce, e ele não conseguir porque o site não está preparado para a leitura por meio de leitor de tela. Esse é um cenário. Esse número que você falou ali, realmente é um número estimado, e ele é bem alarmante. Imaginar que menos de 5% dos sites brasileiros não estão preparados para navegação de pessoas com deficiência!

Thalyta: Agora me diz uma coisa: como que o movimento trabalha para tentar deixar os sites mais acessíveis ou levar esse movimento de conscientização para mais pessoas?

Simone: Eu trabalho com acessibilidade há quase 10 anos. Acessibilidade no mundo da web. E, o que eu percebi, de lá prá cá, é que falta muita informação. As organizações realmente não têm essa consciência das necessidades das pessoas com deficiência na web. O movimento chega primeiro pra gente mobilizar a sociedade para essa causa. Permitimos o compartilhamento de experiências de pessoas com deficiência que não conseguem acessar determinados sites. Queremos trazer essa mobilização da sociedade. Trazemos um pilar de educação, que é oferecer ferramentas. Nessa parte, temos exemplos de códigos, biblioteca, e uma série de informações para mostrar para as organizações o que que elas devem fazer para que trazer essa transformação do site delas. O objetivo da gente é: mobilizar, educar e transformar.

Thalyta: Legal! Agora, quando falamos em mudanças, os questionamentos: por onde começar, como que faço para tentar buscar essa acessibilidade? E se a gente fosse dividir em pontos estratégicos, podemos começar por onde pra tentar mudar?

Simone: Olha, eu tenho uma dica bem prática. O terceiro pilar do movimento. Quem entrar no site vai ver o pilar “Transformação”. Nesta área, temos uma ferramenta gratuita de análises, que você pode entrar lá e colocar o endereço da sua organização na web. Nós damos um diagnóstico básico dizendo se o site é ou não é acessível. A partir desse diagnóstico, sugerimos o seguinte: que essa empresa entre em contato com a agência que desenvolveu seu próprio site ou entre em contato com a própria equipe do movimento. Nós já fazemos todo esse trabalho de acessibilidade. A empresa pode começar aos pouquinhos. “Ah, mas vai vai dar muito trabalho. Eu vou ter que mexer no meu site inteiro”. Podemos começar com pequenas ações que, ao longo do tempo, vão incluindo mais pessoas. É importante acrescentar, Talita, que são 45 milhões de pessoas: tem uma oportunidade de negócio muito grande para empresas também adequarem seus sites para essas pessoas. Não é só uma questão social. É uma questão também de expansão de público para geração de negócio.

Thalyta: Com certeza abre mais os caminhos. Agora você também tocou em um ponto que eu acho interessante. Eu parei para pensar que realmente a gente pensa em acessibilidade no mundo físico, mas quando a gente parte pra essa parte virtual, parece que está um pouco distante ou às vezes passa até despercebido.

Simone: É o que mais falta. Por isso que a gente está batendo muito nessa tecla da mobilização da sociedade: porque quando trazemos a história real, trazemos a mobilização pelas pessoas que são impactadas por essa questão. Ganhamos força não só assim: “Ah, não. São só agência, desenvolvedores falando”. São as próprias pessoas com deficiência. E, a partir do momento que você para pra pensar: “um cego precisa muito mais de um acesso à internet do que um vidente. Ele consegue, por exemplo, evitar filas. Para gente que, em princípio, não tem uma deficiência física ou intelectual, a internet já é simplesmente fantástica. Agora você imagina uma pessoa com mobilidade reduzida, por exemplo: um cadeirante que não consegue ter um acesso fácil a determinados locais. Se a web está preparada para receber essa pessoa, olha que bacana! Precisamos mudar o nosso pensamento, sem dúvida. Porque são muitas pessoas, um público. No mundo, estima-se um bilhão de pessoas com deficiência! Olha só isso!

Thalyta: Pois é, muita coisa! E como é que está o feedback? Você já tem recebido interesse ou empresas procurando? Feedback também das próprias pessoas que buscam melhor acessibilidade?

Simone: Sim. Sem dúvida. Essa ferramenta que eu comentei, que é a ferramenta dos testes, eu não estou com o número agora fresquinho, mas na última vez que eu vi, já recebemos mais de 500 solicitações. Existe o interesse. Estamos muito positivos. Agora, nesse minuto aqui, estou em Brasília, no CONADE – que é justamente para trazer e mobilizar as organizações também ligadas às pessoas deficiência pra aumentar. Eu agradeço até esse espaço na Band, por que a gente realmente precisa dessa mobilização inicial para mostrar que assim, a gente precisa transformar essa realidade no Brasil, sem sombra de dúvida.

Thalyta: Recado dado. Queria te agradecer muito, Simone, pela entrevista. A gente conversou com a empresária Simone freire e falou um pouquinho sobre o movimento Web para Todos. Se você ficou interessado, dá uma passadinha. Como é que faz para visitar a página de vocês, entrar em contato:

Simone: Há que ótimo, é o: www.mwpt.com.br, que é movimento web para todos.com.br.

Thalyta: Certinho. (risos)

Simone: Super obrigada Thalyta. (risos)

Thalyta: Obrigada você Simone. Boa tarde!

Simone: Obrigada! Um abraço. Tchau.

Thalyta: Outro, tchau, tchau.

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